Startup quer retomar voo comercial supersônico, Rappi x iFood e o que importa no mercado

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A volta das viagens supersônicas?

Uma startup criada em 2014 promete ressuscitar o voo comercial supersônico. Apesar dos questionamentos acerca do projeto, duas gigantes do setor aéreo americano já compraram a ideia –literalmente.

Relembre: as viagens supersônicas das 14 unidades do Concorde transportaram passageiros da British Airways e da Air France de 1976 a 2003, ano em que o modelo foi aposentado por ser inviável economicamente.

  • O serviço acima da velocidade do som cortava o tempo de voo entre Londres e Nova York de 6h30min para menos de 3h, mas também gerava preocupações ambientais pelo seu barulho e gasto de combustível.

A novata: para superar os obstáculos econômicos e ambientais, a startup Boom Supersonic aposta na tecnologia, com uma turbina que não necessita do "afterburner" —injeção de combustível no fluxo de ar aquecido que aumenta o empuxo.

Em números: especula-se que cada um dos aviões custe cerca de US$ 200 milhões (pouco mais de R$ 1 bilhão). A velocidade projetada é de 1,7 vezes a velocidade do som, pouco mais de 2.000 km/h, próxima a do Concorde.

  • A passagem custaria cerca de US$ 5.000 (R$ 25,6 mil), topo do que é cobrado hoje para a classe executiva.

Encomendas: a Boom Supersonic já acertou a venda de 20 unidades do modelo Overture para a American Airlines e outras 15 para a United Airlines. As duas têm ainda opções para novas aquisições.

Sim, mas…Um detalhe que não é pequeno não foi anunciado ainda: o motor não existe. O fundador, que estima o primeiro voo comercial do Overture para 2029, disse que novidades sobre o motor estão próximas de serem anunciadas.


Rappi x iFood

A Rappi voltou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) contra o iFood.

Desta vez, o app colombiano acusa o líder do mercado brasileiro de burlar uma proibição de 2021 do órgão antitruste, o que o iFood nega.

Entenda: a Rappi e a Abrasel (associação de bares e restaurantes) reclamaram ao Cade em 2020 que o iFood usa sua posição dominante para celebrar contratos de exclusividade com restaurantes parceiros, o que na visão deles restringe a concorrência.

  • Em 2021, a Superintendência-Geral do Cade expediu uma medida preventiva proibindo que o app firmasse novos acordos desse tipo, enquanto analisa os que estão em vigor.
Celulares com as logos dos apps de entrega iFood e Rappi - Gabriel Cabral/Folhapress

O que acusa a Rappi: ela alega que o iFood burlou a determinação de três maneiras diferentes e pede que o Cade determine o fim de todos os contratos de exclusividade já assinados e sem cobrança de multas.

iFood se defende: o app avaliado em R$ 28 bilhões nega descumprir a medida imposta pelo Cade em 2021 e diz que suas "políticas comerciais estão em conformidade com a legislação concorrencial".

"Ao alegar que suas dificuldades de crescimento são resultado de contratos de exclusividade assinados com menos de 8% dos restaurantes que trabalham com o Ifood, a Rappi incita uma inverdade que não reflete a realidade do problema", prosseguiu a companhia.


Amigos, amigos...

Elon Musk decidiu colocar no meio da briga judicial que trava com o Twitter seu amigo de longa data e cofundador e ex-CEO da rede social, Jack Dorsey.

Entenda: Musk encaminhou uma ordem judicial a Dorsey para que ele apresente documentos relacionados ao número de contas falsas ou robôs da plataforma e como o Twitter o calcula.

  • O cofundador da rede social deixou o cargo de CEO da companhia no fim de 2021 e era um apoiador da participação de Musk na empresa.

Por que importa: os dados requisitados pelo dono da Tesla estão no centro da sua disputa judicial com o Twitter, que envolve a compra da rede social por US$ 44 bilhões (R$ 227,4 bilhões).

  • Musk alega que a empresa mentiu ao informar um número incorreto de contas falsas –cerca de 5%–, enquanto a plataforma acusa-o de inventar uma desculpa para escapar de um acordo que não lhe agrada mais.

O julgamento está previsto para começar em outubro.

Elon Musk e Jack Dorsey - Jim Watson/AFP


Água quente na fervura: nesta terça, um documento submetido à SEC (CVM americana) por um funcionário demitido do Twitter veio a público após reportagens da CNN e do Washington Post.

  • Peiter Zatko, ex-chefe de segurança da plataforma, denunciou à autoridade do mercado que executivos da rede social deliberadamente informaram números de contas falsas abaixo da realidade –o que pode favorecer Musk.
  • Ele também afirma que descobriu grandes falhas da plataforma em segurança digital e de moderação de conteúdo. O Twitter disse que as acusações são infundadas e que Zatko foi demitido por sua performance negativa

Commodities atraem gringos

A injeção de dinheiro gringo atrás de oportunidades na Bolsa brasileira nesta terça (23) moveu o Ibovespa para cima, na contramão dos pares internacionais, e fez o real se valorizar.

O índice referência para o Brasil avançou 2,13%, aos 112.857 pontos, e o dólar caiu 1,25%, a R$ 5,10. O último dado disponível da B3 mostra que os estrangeiros já colocaram R$ 17,1 bilhões na Bolsa só em agosto.

O que explica: o bom momento das commodities lá fora e um sinal de enfraquecimento da economia americana redirecionaram a mira dos donos do dinheiro para os mercados emergentes nesta terça.

  • Petrobras e Vale, as duas empresas com maior peso no Ibovespa, subiram 3,18% e 6,41%, respectivamente.
  • Para a estatal, influenciou a alta do petróleo, que voltou ao patamar de US$ 100 após a Arábia Saudita sinalizar que a Opep+ pode cortar a produção. Para a mineradora, os incentivos do governo chinês à economia aqueceram as cotações do minério de ferro.

Nos EUA, dados de atividade mostraram uma desaceleração ante o mês anterior, o que tira a pressão sobre o Fed para uma nova alta de juros de 0,75 ponto e alivia os ativos emergentes, mais arriscados.

Outros destaques do dia: as ações das empresas ligadas ao consumo, como varejistas, também registraram fortes altas com os sinais de queda da inflação e fim da alta dos juros por aqui.

  • Embalados pela troca no comando da companhia, os papéis da Americanas dispararam quase 16% mesmo após uma alta de 22% na segunda. Magazine Luiza subiu 8%, e Via, 3%.
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