Governo envia Orçamento de 2023, desemprego recua e o que importa no mercado

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O Orçamento do governo para 23

O governo Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta quarta sua proposta de Orçamento para 2023 com um benefício médio de R$ 405 para o Auxílio Brasil, abaixo do atual piso de R$ 600, que vai até dezembro deste ano.

Uma mensagem inusual encaminhada junto ao projeto contém a promessa de Bolsonaro de buscar a retomada dos R$ 600, mas sem detalhar como isso será feito. Entenda aqui as idas e vindas do benefício social no governo.

O que explica a redução? O teto de gastos, regra que limita o avanço das despesas à inflação. Não há espaço no mecanismo para manter o auxílio de R$ 600, cujo acréscimo de R$ 200 tem custo de R$ 52,5 bilhões.

  • Foram reservados R$ 105,7 bilhões para o programa Auxílio Brasil, o suficiente para bancar o piso de R$ 400 a 21,6 milhões de famílias.
  • O Congresso vai controlar por meio de emendas parlamentares R$ 38,8 bilhões, valor que representa 73% dos R$ 52,5 bilhões necessários para a ampliação do auxílio.

Outros números importantes do Orçamento:

  • Desonerações: o governo manteve o corte de tributos federais sobre combustíveis, aplicado neste ano para conter a alta dos itens. A receita que deixará de entrar nos cofres chega a R$ 52,9 bilhões no ano.

Desemprego recua, e renda se recupera

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,1% no trimestre encerrado em julho, enquanto a renda dos trabalhadores voltou a ter uma alta significativa depois de dois anos, informou o IBGE nesta quarta (31).

Em números: o resultado veio próximo à mediana projetada pelo mercado (9%) e é o menor desde o trimestre que acabou em outubro de 2015.

  • O total de desempregados (sem trabalho, mas procurando vaga) recuou para 9,9 milhões, menor nível desde 2016.
  • O contingente de pessoas ocupadas com algum trabalho alcançou 98,7 milhões, recorde da série desde 2012.

O que explica: a recuperação do mercado de trabalho é observada tanto na informalidade quanto nos contratos CLT. Ela vem na esteira da reabertura das atividades no pós-pandemia e também é ajudada pelos estímulos fiscais do governo, que aquecem a demanda do consumidor.

Renda se recupera, mas…O rendimento real médio no trimestre encerrado em julho atingiu R$ 2.693, 2,9% acima do verificado de fevereiro a abril.

  • A trégua da inflação de maio a julho ajudou a elevar a renda do trabalho, que é ajustada pelo índice de preços.
  • Ainda assim, ela está 2,9% abaixo do nível registrado em igual período de 2021 e o nível é o segundo menor da série para o trimestre até julho.

Mais sobre mercado de trabalho:

O Congresso aprovou uma medida que permite a divisão dos 60 dias extras do período de licença-maternidade entre mães e pais, desde que ambos trabalhem em companhias que participam do programa Empresa Cidadã.


Gringos contribuem para 2º melhor mês da Bolsa

Impulsionada por dinheiro gringo, a Bolsa brasileira encerrou agosto com alta de 6,16%, no segundo melhor mês do ano –atrás dos 6,98% de janeiro.

Nesta quarta, porém, o azedume lá fora contaminou o Ibovespa, que recuou 0,82%, aos 109.522 pontos. O dólar subiu 1,76%, a R$ 5,20.

Em números: os estrangeiros colocaram R$ 18 bilhões no mercado acionário brasileiro neste mês, em saldo parcial de agosto levantado pelo TradeMap.

  • Foi o melhor mês no segundo semestre, mas ainda atrás dos R$ 23 bilhões mensais que entraram no primeiro trimestre, quando as commodities deram o tom.

O que explica: as matérias-primas não estão tão aquecidas quanto no início do ano, mas o atual diferencial do Brasil em relação a outros mercados está no ciclo de alta de juros.

O desempenho dos principais índices lá fora em agosto reforçam o diagnóstico. Nos EUA, S&P, Nasdaq e Dow Jones caíram, 4,2%, 4,6% e 4,1%, respectivamente. Na Europa, Londres recuou 1,88%.

Dia de pagamento: apesar da queda do Ibovespa nesta quarta, as ações mais negociadas da Petrobras subiram 2,47% no dia em que foi paga a primeira parcela dos dividendos recordes referentes ao resultado do segundo trimestre.


Hidrogênio verde de etanol na USP

Uma parceria entre USP (Universidade de São Paulo), Shell Brasil e Raízen pretende desenvolver uma tecnologia para tranformar etanol em hidrogênio verde, que será testado em ônibus da Cidade Universitária.

Entenda: por sua baixa emissão de carbono, o hidrogênio verde se tornou um dos combustíveis do futuro diante da atual crise energética. O gás é utilizado em setores de transporte, siderurgia, química e na geração de energia elétrica.

  • A maioria dos projetos de geração de hidrogênio costuma adotar um processo químico –eletrólise– que usa uma corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio na água.
  • O diferencial do hidrogênio verde é que a fonte energética é limpa, geralmente solar ou eólica. A tecnologia ainda engatinha, porque transportar o combustível é complicado.

O projeto: o modelo da parceria é diferente dos mais tradicionais ao usar o etanol. A ideia é desenvolver um equipamento chamado reformador, que quebra a molécula do biocombustível para transformá-la em hidrogênio.

  • Ele partirá de um protótipo já existente da empresa Hytron, que também integra a parceria, assim como o braço de inovação em biossintéticos e fibras do Senai. O início das operações está previsto para 2023.
  • O projeto prevê a instalação de duas fábricas no campus da USP já pensando num modelo fácil de ser replicado em outros locais, como em postos de combustíveis –o que mitigaria o problema do transporte do hidrogênio.
  • O biocombustível será fornecido pela Raízen, maior produtora de etanol de cana do mundo. A Shell, que tem investido em tecnologias de baixo carbono mundo afora, vai colocar R$ 50 milhões no projeto.

Outras iniciativas: no fim de julho, a Unigel divulgou seu plano para construir uma fábrica de hidrogênio verde em Camaçari, na Bahia, com investimento inicial de US$ 120 milhões e que usará energia elétrica renovável na eletrólise.

  • Por seu potencial de geração de energia limpa, o Brasil é considerado como um mercado promissor para a produção de hidrogênio verde.

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