Descrição de chapéu mudança climática

Presidente do Banco Mundial nega ceticismo sobre mudança climática

Ex-vice-presidente dos EUA Al Gore havia acusado executivo de não conseguir melhorar financiamento de projetos

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Washington | AFP

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, tentou responder nesta quinta-feira (22) as críticas de ONGs especializadas no combate ao aquecimento global, que o acusam de ser cético em relação às mudanças climáticas por se recusar a responder a uma pergunta sobre combustíveis fósseis.

"Está claro que as emissões de gases de efeito estufa são causadas pelo homem, em particular pelo uso de combustíveis fósseis, e estamos trabalhando para mudar isso", disse Malpass à rede CNN.

No início desta semana, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore acusou Malpass de ser um "cético das mudanças climáticas", afirmando que não conseguiu melhorar o financiamento de projetos de mudanças climáticas nos países em desenvolvimento.

Propriedade em ruínas após incêndio na Califórnia
Propriedade em ruínas após incêndio na Califórnia - David McNew/AFP

"Não sou cético (em relação às mudanças climáticas)", insistiu Malpass, considerando que pode ter ficado "confuso" por nem "sempre ser bom em responder perguntas".

Na quarta-feira, o responsável da instituição internacional foi interrogado em uma mesa-redonda dedicada ao financiamento da luta contra a mudança climática. Malpass se recusou a dar uma resposta.

"Você aceita o consenso científico de que o uso de combustíveis fósseis superaquece perigosa e rapidamente o planeta?", perguntou o moderador do evento, a quem o chefe do Banco Mundial se negou a responder.

Depois de várias perguntas para saber se ele reconhecia o fato de que os combustíveis fósseis tinham um impacto real no aquecimento global, finalmente, sob pressão do público, Malpass declarou que não sabia.

"Não sou cientista", justificou-se Malpass, preferindo destacar o "enorme esforço" feito pelo Banco Mundial para ajudar os financiamentos contra as mudanças climáticas.

Organizada pelo jornal The New York Times, a mesa-redonda aconteceu em meio à Semana do Clima, em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU.

O comentário de Malpass provocou inúmeras reações de ONGs especializadas, que solicitaram sua demissão.

"O Banco Mundial não pode ser administrado por um cético (das mudanças) climáticas. O presidente (Joe) Biden e a diretoria da instituição devem demiti-lo imediatamente", disse Luisa Galvão, da Associação Amigos da Terra, em um comunicado.

"Com Malpass no comando, o Banco Mundial não pode ser confiável como um aliado do desenvolvimento sustentável", criticou Bronwen Tucker, da Oil Change International.

Considerado partidário do ex-presidente americano Donald Trump, que propôs sua candidatura, Malpass foi eleito presidente do Banco Mundial em abril de 2019.

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