XP entra com ação para receber dívida de R$ 8,2 milhões de Carlos Wizard

Empresa Orion, que tem o empresário como sócio, contraiu dívida de R$ 30 milhões junto ao Banco XP em abril de 2021

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São Paulo

A XP entrou com uma ação na Justiça para cobrar uma dívida de R$ 8,2 milhões do empresário Carlos Wizard junto ao Banco XP.

Segundo o processo judicial, a ação é movida contra Wizard, empresário responsável pela rede de produtos Mundo Verde e pelas operações da Taco Bell e da Pizza Hut no Brasil, entre outros negócios, e contra a Orion Consultoria Empreendimentos e Participações, da qual é um dos sócios.

Procurado por meio da Sforza Holding, conglomerado que detém as participações nos diversos negócios sob seu controle, Wizard não retornou ao pedido de comentário. A XP disse por meio de sua assessoria que não iria comentar.

O processo tem como origem uma Cédula de Crédito Bancário (CCB), por meio da qual a Orion contraiu um empréstimo junto ao Banco XP no valor de R$ 30 milhões em abril de 2021.

Empresário Carlos Wizard, durante participação em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal, em Brasília
Empresário Carlos Wizard, durante participação em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal, em Brasília - Adriano Machado - 30.jun.2021/Reuters

Em contrapartida ao crédito recebido, a Orion assumiu a obrigação de pagar a dívida junto ao Banco XP em 18 parcelas mensais e sucessivas no valor de R$ 1.764.467,13.

O contrato prevê ainda que a não realização dos pagamentos nas datas acordadas implicaria no vencimento antecipado de toda a dívida remanescente.

Em setembro de 2022, de acordo com os autos, a Orion teria deixado de fazer os pagamentos referentes à dívida contraída junto à instituição financeira.

"Em razão disso, em 18 de outubro de 2022 o Banco XP enviou dois comunicados à Orion, para lembrá-la de que a parcela com vencimento em 21 de setembro de 2022 já estava vencida e precisava ser imediatamente paga; e existia uma outra parcela a vencer em poucos dias", na data de 21 de outubro, segundo as informações do processo.

"Lamentavelmente, no entanto, a Orion ignorou por completo a mensagem enviada pelo Banco XP e nunca a respondeu", escreveram no processo os advogados do Banco XP, Guilherme França Barros e Rodrigo Carregal Sztajnbok.

Após declarar o vencimento antecipado da dívida, o Banco XP chegou a executar as garantias oferecidas pela Orion, conforme previsto pelas cláusulas da CCB, mas as garantias oferecidas, no valor de R$ 9,28 milhões, não foram suficientes para quitar todo o valor da dívida remanescente.

Os advogados apontam, ainda de acordo com o processo, que a Orion tem um valor em aberto devido ao Banco XP no valor de R$ 8,2 milhões.

Em decisão do dia 23 de setembro, o juiz Carlos Eduardo Borges Fantacini determinou o pagamento da dívida em três dias úteis, prazo que vence, portanto, nesta quarta-feira.

Na lista de bilionários brasileiros da Forbes, Wizard consta na 104ª posição, com uma fortuna avaliada em R$ 3,4 bilhões.

Ele fundou em 1987 a escola de inglês que leva seu nome. Em 2013, a companhia britânica Pearson comprou a instituição de ensino, junto a outras empresas dentro do Grupo Multi do empresário, por cerca de R$ 1,7 bilhão.

Próximo ao governo Bolsonaro, o empresário chegou a atuar no ministério da Saúde durante a gestão de Eduardo Pazuello, tendo sido convocado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que investigouo combate à pandemia.

Ao ser convocado à CPI no final de junho, Wizard permaneceu em silêncio, após conseguir um habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) que lhe garantia esse direito.

Entre 2018 e 2020, Wizard morou em Boa Vista, em Roraima, onde atuou em projetos de acolhimento a refugiados venezuelanos. Na época, ele encabeçou um grupo de voluntários que encaminhava imigrantes recém-chegados da Venezuela a diferentes partes do Brasil.

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