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Musk pede lista para demissões no Twitter, diz jornal

Bilionário planejaria iniciar cortes na empresa ainda nesta semana

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San Francisco | The New York Times

Elon Musk, novo chefe do Twitter, solicitou neste sábado (29) a gerentes da rede social listas de funcionários que poderiam ser demitidos da empresa, segundo quatro fontes com conhecimento do assunto.

Musk, que completou um acordo de US$ 44 bilhões para comprar o Twitter na quinta-feira (27), ordenou os cortes em toda a empresa, com algumas equipes tendo mais baixas que outras, disseram três das fontes, que não quiseram ser identificadas por medo de retaliação. A escala das demissões não pôde ser determinada. O Twitter tem cerca de 7.500 funcionários.

Relatos de possíveis demissões no Twitter surgiram desde que Musk concordou em comprar a empresa, em abril. O bilionário, que também lidera a fabricante de carros elétricos Tesla e a empresa de foguetes SpaceX, disse aos investidores que fecharia o capital do Twitter, reduziria sua força de trabalho, reverteria suas regras de moderação de conteúdo e encontraria novas fontes de receita.

Elon Musk visita sede do Twitter em São Francisco - @elonmusk no Twitter

As demissões no Twitter ocorreriam antes de terça-feira (1°), data prevista para funcionários receberem ações da empresa como parte da remuneração. Esses valores normalmente representam uma parcela significativa do pagamento dos funcionários. Ao demitir trabalhadores antes dessa data, Musk pode evitar o pagamento desses subsídios, embora ele deva pagar os funcionários em dinheiro no lugar de suas ações sob os termos do acordo de fusão.

O Twitter e um representante de Musk não responderam a pedidos de comentários.

Ross Gerber, CEO da Gerber Kawasaki Wealth and Investment Management, disse que Jared Birchall, chefe do escritório familiar de Musk, afirmou que iam ocorrer demissões no Twitter. "Disseram-me para esperar que cerca de 50% das pessoas sejam dispensadas", disse ele.

Gerber disse que sua empresa investiu menos de US$ 1 milhão para ajudar a financiar a aquisição do Twitter por Musk. Birchall não respondeu a um email que pediu comentários.

Musk, 51, agiu rapidamente desde que assumiu a propriedade do Twitter na quinta. Ele chegou à sede da empresa em San Francisco na quarta (26) e começou a se encontrar com os funcionários. Na quinta, demitiu o CEO, o diretor financeiro e outros executivos da companhia. Também fez um apelo aos anunciantes, que fornecem a maior parte da receita do Twitter, dizendo-lhes que a plataforma será um destino de publicidade respeitado.

Mas Musk está dedicando tempo para avaliar outras áreas do Twitter, como decidir quais postagens manter ou remover do site. Embora ele tenha dito inicialmente que queria que o Twitter fosse um lugar livre para todos os tipos de comentários e traria de volta usuários banidos, incluindo o ex-presidente Donald Trump, Musk deixou claro na sexta-feira que tais mudanças não acontecerão imediatamente. Em vez disso, anunciou que planeja formar um conselho para lidar com questões de conteúdo e não reintegrará imediatamente os usuários que foram suspensos.

Também parece improvável que Musk pague pelos paraquedas dourados que os altos executivos demitidos do Twitter deveriam receber. Sob o acordo de fusão, esses executivos –incluindo Parag Agrawal, o CEO– deveriam receber uma indenização de US$ 20 milhões a US$ 60 milhões se fossem demitidos. Mas Musk os demitiu "por justa causa", o que pode anular esse acordo, segundo duas pessoas com conhecimento do assunto.

Esses executivos, que incluem o ex-diretor financeiro Ned Segal, o ex-conselheiro geral Sean Edgett e o ex-executivo de políticas e jurídico Vijaya Gadde, estão deliberando seus próximos passos, disse uma pessoa.

Musk também pode estar testando os engenheiros do Twitter. Ele e sua equipe designaram alguns projetos para serem concluídos, disseram três pessoas informadas sobre o assunto. Um projeto envolve mudanças na tela de login do Twitter, segundo elas. Alguns engenheiros trabalharam até tarde da noite na sexta para concluir as tarefas, disseram.

No Twitter, alguns usuários que acusaram a plataforma de amordaçá-los estavam triunfantes com a nova propriedade, enquanto outros temem que o site seja invadido por discursos de ódio e desinformação. Alguns usuários –como a produtora estrela Shonda Rhimes, o produtor-executivo de "This Is Us", Ken Olin, e o diretor geral de "Billions", Brian Koppelman– tuitaram que deixariam a plataforma de rede social agora que é comandada por Musk.

Outros usuários do Twitter expressaram preocupação com uma onda de discurso de ódio relatado na plataforma desde que Musk assumiu o controle. A estrela da NBA LeBron James apontou um relatório do Network Contagion Research Institute, grupo privado que estuda a disseminação de conteúdo ideológico online, que disse que o uso de insultos raciais no Twitter aumentou quase 500% nas 12 horas após o acordo de Musk ser finalizado.

"Não conheço Elon Musk e, na verdade, não me importo com quem é o dono do Twitter", tuitou James. "Mas direi que, se isso for verdade, espero que ele e seu pessoal o levem muito a sério, porque é assustador."

No sábado, Musk entrou no Twitter para falar sobre comida. "Pão fresco e doces são algumas das grandes alegrias da vida", postou.

Kate Conger , Ryan Mac , Sheera Frenkel e Mike Isaac
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