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Região Sul lidera denúncias de assédio eleitoral, segundo MPT

Ministério Público do Trabalho recebeu 197 relatos desde agosto e afirma que número cresceu após 1º turno

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Brasília

O MPT (Ministério Público do Trabalho) recebeu ao menos 197 denúncias de assédio eleitoral em 23 estados e no Distrito Federal desde o início da campanha deste ano. O balanço sobre a situação foi atualizado nesta terça-feira (11).

A região Sul lidera o ranking nacional com mais da metade dos casos em todo o país. Segundo o MPT, o número de denúncias no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina já chega a 103, o que corresponde a 52% do total.

O Sudeste vem em segundo lugar (com 43 registros), seguido por Nordeste (23), Centro-Oeste (15) e Norte (13). O ranking não leva em conta os estados de Mato Grosso do Sul, Amapá e Roraima porque as regionais do MPT não disponibilizaram os dados.

Paraná aparece no primeiro lugar da lista, com 42 registros. O estado é seguido por Santa Catarina (31), Rio Grande do Sul (30) e São Paulo (23).

O MPT afirma que o sistema de denúncias segmenta o tipo de assédio apenas entre moral e sexual, e que, por isso, tem tido dificuldades para acompanhar o total de registros em tempo real. O MPT confirma, no entanto, que o número de denúncias subiu expressivamente após o primeiro turno.

Um dos casos de maior repercussão no Rio Grande do Sul foi o da empresa de implementos agrícolas Stara, que divulgou um comunicado na segunda-feira (3) ameaçando cortar seus negócios caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições. O caso foi relevado pela coluna Painel S.A.

Atila Trennepohl, presidente da Stara
Atila Trennepohl, presidente da Stara - Reprodução/Facebook

Em vídeo divulgado posteriormente, o presidente da Stara, Átila Trennepohl, afirmou que a carta aponta apenas uma revisão das projeções da empresa.

A Procuradoria do Trabalho no Município em Passo Fundo (RS) afirma, no entanto, que já havia recebido denúncias de tentativas de coação eleitoral, inclusive por meio de áudios, em setembro. Na sexta (7), o MPT ajuizou uma ação civil pública contra a empresa e pediu à Justiça o pagamento de R$ 10 milhões por dano moral coletivo.

Outro caso investigado pelo MPT é o da empresa paranaense de construção civil Concrevali, que ameaçou demitir 30% de seus funcionários caso o ex-presidente Lula saia vitorioso do segundo turno. Procurada pelo Painel S.A., a empresa diz que alguns de seus parceiros romperam contratos após o resultado do primeiro turno. Afirmam, no entanto, que não há a intenção de intimidar seus funcionários.

Uma audiência entre a empresa e o Ministério Público está prevista para esta terça (11).


O aumento de relatos de ameaças e tentativas de compra de votos fez com que a instituição divulgasse uma nota técnica na sexta-feira (7) para orientar os procuradores do trabalho. O documento foi elaborado pela Coordenadoria de Promoção da Igualdade de Oportunidades.

O texto recomenda que as empresas denunciadas sejam proibidas de ameaçar ou constranger o funcionário, além de prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem para obter o apoio dele a favor de um candidato.

O MPT pede ainda que os patrões não promovam manifestações políticas no ambiente de trabalho nem façam referência a candidatos em uniformes ou outros instrumentos de trabalho.

A coordenadoria diz, por fim, que os empresários devem se comprometer a não impedir os funcionários de votar. Além disso, não podem exigir que eles reponham as horas trabalhadas em razão da "ausência decorrente da participação no processo eleitoral".

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