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Petrobras confirma saída de Paes de Andrade e anuncia presidente interino

João Henrique Rittershaussen, diretor-executivo de desenvolvimento da produção, foi nomeado para o comando da empresa

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Rio de Janeiro

O conselho de administração da Petrobras aprovou o encerramento antecipado do mandato de Caio Paes de Andrade como presidente da estatal. A medida tem efeito a partir desta quarta-feira (4), disse a companhia em nota.

Com a saída de Paes de Andrade, o conselho de administração nomeou João Henrique Rittershaussen como presidente interino da empresa até a confirmação do novo comandante.

Rittershaussen trabalha na Petrobras há 35 anos. Atualmente, é diretor-executivo de desenvolvimento da produção.

Para o lugar de Paes de Andrade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o senador Jean Paul Prates (PT-RN). O nome ainda precisa ser submetido ao processo de governança interna da estatal.

João Henrique Rittershaussen, diretor executivo de desenvolvimento da produção da Petrobras
João Henrique Rittershaussen, diretor executivo de desenvolvimento da produção da Petrobras, assumiu interinamente o comando da estatal nesta quarta-feira (4) - Alaor Filho/Petrobras

"A Petrobras informa que seu Conselho de Administração, em reunião levada a efeito nesta data, aprovou o encerramento antecipado do mandato do Sr. Caio Mário Paes de Andrade como Presidente da Petrobras, com efeitos a partir de hoje", apontou a nota da estatal nesta quarta.

A companhia também anunciou que Paes de Andrade renunciou ao cargo de membro do conselho de administração. O executivo aceitou um convite do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para compor a sua equipe.

Rittershaussen, que terá a missão de interino, já ocupou diversas funções gerenciais na petroleira, incluindo o cargo de gerente executivo. Ele é graduado em engenharia elétrica pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e em engenharia de petróleo pela Petrobras.

O diretor possui MBA em gestão de negócios pelo Coppead (Instituto de Pós-Graduação em Administração da UFRJ) e Advanced Management Program pelo Insead (Instituto Europeu de Administração de Empresas), na França.

Na terça (3), o Ministério de Minas e Energia informou ao conselho da Petrobras que Jean Paul Prates será o indicado para o cargo de presidente e membro do colegiado da empresa. A indicação oficial do senador será formalizada após os trâmites na Casa Civil da Presidência da República, acrescentou o ministério.

Além do comunicado informando sobre o nome para a presidência da empresa, o Ministério de Minas e Energia também deve enviar à companhia um pedido de convocação de Assembleia Geral de Acionistas para a aprovação de Prates ao conselho. O estatuto da petroleira exige que o seu presidente seja escolhido pelo conselho de administração, dentre os seus membros.

Após a indicação oficial, o nome de Prates será submetido aos procedimentos internos de governança para análise de integridade e elegibilidade, nos termos da legislação, da Política de Indicação de Membros da Alta Administração e do Conselho Fiscal da Petrobras, e do Estatuto Social da companhia.

A análise poderá levar de oito a nove dias, segundo interlocutores. Depois, a Petrobras ainda deverá cumprir um prazo de 30 dias entre a convocação e a realização da assembleia.

O mandato de Paes de Andrade, indicado no governo Jair Bolsonaro (PL), terminaria em abril. Com mais de 25 anos de atuação no setor energético, Prates tem defendido que a Petrobras eleve seus investimentos em renováveis, em linha com outras petroleiras globais, e na área de refino, em busca de segurança energética.

O senador também tem questionado a política de preços da estatal, que está atualmente alinhada às práticas do mercado internacional.

A participação de Prates em empresas de consultoria do setor de óleo e gás será analisada pelos comitês que avaliam currículos de futuros executivos da Petrobras, mas essa atuação pretérita não é vista como um empecilho para que o político assuma o comando da petroleira, afirmou à agência Reuters a assessoria de imprensa do senador.

Ele fundou em 1991 uma consultoria pioneira especializada em petróleo, chegando a ter 120 consultores associados, segundo currículo publicado anteriormente.

O senador também participou de outras empresas com esse fim. No entanto, atualmente, as empresas das quais Prates participou "encontram-se desativadas há vários anos ou ele já se desligou delas também há alguns anos", afirmou sua assessoria.

"Não há nada que impeça alguém de uma empresa do setor de exercer um cargo de gestão na Petrobras, desde que se desligue (ou já esteja desligado) dessa empresa", acrescentou.

Com Reuters

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