Descrição de chapéu Governo Lula

Tebet anuncia secretários e ressalta equipe com linhas de pensamento diferentes

Ministra do Planejamento defendeu harmonia com colegas de Esplanada Esther Dweck e Fernando Haddad

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Brasília

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), anunciou nesta quarta-feira (11) a composição de sua equipe de secretários ressaltando "as linhas de pensamento econômico diferentes" e pregando harmonia com os ministros da Gestão, Esther Dweck, e da Fazenda, Fernando Haddad.

O anúncio dos cinco secretários foi feito no prédio do Ministério do Planejamento, em Brasília. Durante a apresentação, Tebet ressaltou a complementaridade dos nomes escolhidos e falou que, em seu "coral", a partitura maior está com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Procurei também nessa diversidade trazer linhas de pensamento econômico diferentes, que vão fazer com que a gente possa chegar em um denominador comum e não errar. Temos UnB, PUC-Rio, Insper, Unicamp, fora toda a experiência internacional", afirmou.

Ministra do Planejamento, Simone Tebet, e ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministra do Planejamento, Simone Tebet, e ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em foto no Palácio do Planalto em 5 de janeiro - Adriano Machado/Reuters

Foram anunciados Paulo Bijos para a secretaria de Orçamento Federal, Leany Ramos para a de Planejamento, Gustavo Guimarães para a secretaria-executiva, Sergio Firpo para a de monitoramento e avaliação de políticas públicas e Renata Amaral para a de assuntos econômicos, desenvolvimento, financiamento externo e integração nacional (veja abaixo mais detalhes sobre os nomes anunciados).

A ministra falou que vai elaborar um plano plurianual para os próximos quatro anos e citou a importância de monitoração periódica das ações que estão sendo implementadas pelos demais ministérios.

"Aqui é um corpo técnico, portanto, as decisões primeiro são técnicas", disse Tebet. "Depois uma análise política junto com a Casa Civil, com os demais ministérios, nós vamos estar sempre discutindo as relevâncias e as prioridades das políticas públicas para levar à decisão final do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva."

Na última quarta-feira (4), Tebet havia sinalizado dificuldade para contratar mulheres pretas para sua equipe. Presente na posse da emedebista, um dia depois, a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, evitou polêmicas, mas acrescentou que falou com ela sobre o assunto.

Nesta quarta, ela disse que está conversando com oito mulheres e homens negros e citou que gostaria da diretora da IFI (Instituição Fiscal Independente), Vilma Pinto, em sua equipe.

"A igualdade de gênero se faz presente, agora falta a igualdade racial. Nós estamos conversando com oito mulheres e homens que possam estar se somando conosco."

"Estamos conversando muito também com outras pastas, ministério da Igualdade Racial, Anielle está nos ajudando. [O grupo] 'Elas no Orçamento' tem nos ajudado em relação a alguns currículos", complementou. Segundo ela, o objetivo é ter "o Brasil aqui dentro do Ministério do Planejamento."

A ministra falou ainda em atuar em harmonia com Esther Dweck e Fernando Haddad. "Tanto o Ministério da Fazenda quanto o Ministério da Gestão e Inovação abriram as portas, nós estamos trabalhando em total sinergia", disse. "Não significa que vamos ter coincidência de ideias, que não vai haver debates, já tivemos discussões de algumas portarias, alguns decretos, é assim que funciona. Não tem nada a ver com questão ideológica ou muito menos partidária."

Tebet tomou posse no dia 5 em cerimônia no Palácio do Planalto que contou com a presença do ministro Fernando Haddad (Fazenda). Em seu primeiro discurso, reconheceu ter "alguma divergência" com a equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tebet também pregou responsabilidade fiscal, combate à inflação e aos juros elevados e defendeu a aprovação da reforma tributária. Na sua fala, marcada por tom político, ela ainda criticou o governo Jair Bolsonaro (PL), dizendo que o ex-presidente deixou "para trás sementes de destruição".

Secretário-executivo: Gustavo Guimarães

Gustavo Guimarães, ex-secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria (Secap) do Ministério da Economia - Reprodução/Ministério da Economia

O secretário-executivo será Gustavo Guimarães, ex-secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia e também ex-secretário especial adjunto de Fazenda. Ele atuava como secretário parlamentar no Senado desde janeiro de 2022. Guimarães veio cedido do Banco Central e também já trabalhou no Banco do Brasil.

Economista com especialização em estatística, fez doutorado em Economia na UnB (Universidade de Brasília) e estágio na Universidade de Columbia (EUA).

Secretário de Orçamento Federal: Paulo Bijos

O ex-consultor de Orçamento do Senado Federal, Paulo Bijos - Billy Boss/Câmara dos Deputados

Para secretário de Orçamento Federal, Tebet anunciou Paulo Bijos. Ele atuava como consultor de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados desde 2016. Além disso, já trabalhou como consultor de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado.

Doutorando em Ciência Política pela UnB, trabalhou como auditor federal de controle externo no TCU (Tribunal de Contas da União) e como conselheiro substituto no TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo). "É a pasta dos nãos", brincou Tebet.

Secretária de Planejamento: Leany Lemos

Leany Lemos, ex-secretária de Planejamento do governo do DF - Pedro Ladeira/Folhapress

A secretária de Planejamento será Leany Lemos, que desempenhou a mesma função até junho de 2020 no primeiro mandato de Eduardo Leite no governo do Rio Grande do Sul.

Por indicação de Leite, ela ocupou a presidência do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul). Ela assumiu o cargo em dezembro de 2020 e foi a primeira mulher a ocupar o posto. Antes, Lemos ocupou o mesmo cargo no Distrito Federal durante o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB).

Servidora de carreira do Senado, Lemos é cientista política, com mestrado e doutorado pela UnB e tem pós-doutorado pelas Universidades de Oxford e Princeton.

Secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas: Sergio Firpo

O economista do Insper Sergio Firpo - Divulgação

Sergio Firpo, economista do Insper, comandará a secretaria de Monitoramento e Avaliação para o Aperfeiçoamento de Políticas Públicas.

Colunista da Folha, Firpo é coordenador do Centro de Ciência de Dados do Insper. Especialista em economia do trabalho, da educação e política e em desenvolvimento econômico, ele foi professor assistente na Universidade da Columbia Britânica e na PUC-Rio, além de ter sido professor associado da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Firpo é um dos idealizadores do Ifer (Índice Folha de Equilíbrio Racial), indicador que mede a exclusão de negros em educação, renda e sobrevida, feito em parceria com os também economistas Michael França e Alysson Portella.

Secretária de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento, Financiamento Externo e Integração Nacional: Renata Amaral

Renata Vargas Amaral - Divulgação/Washington College of Law

Renata Amaral será secretária de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento, Financiamento Externo e Integração Nacional. Ela atuou em órgãos multilaterais como a OMC (Organização Mundial do Comércio).

"Renata tem ligação nos pontos-chave, vai ajudar inclusive agora que temos a oportunidade pela primeira vez de ter um brasileiro presidente do BID [Ilan Goldfajn]. Muitos recursos poderão vir de lá, especialmente para os municípios mais carentes, com linha de financiamento, e também para os nossos Estados", afirmou Tebet.

Amaral é professora de comércio internacional na faculdade de direito da American University Washington College of Law, tem doutorad em direito pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e PhD pela Universidade de Maastricht, na Holanda.

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