Oi se prepara para nova recuperação judicial, os alertas do BC e o que importa no mercado

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Oi encaminha recuperação judicial - de novo

Pouco mais de um mês após ter saído da segunda maior recuperação judicial da história corporativa brasileira, a Oi entrou nesta quarta (1º) na Justiça com um pedido de tutela de urgência para impedir que seus ativos sejam bloqueados a pedido de credores.

  • Na prática, a decisão antecipa os efeitos de uma recuperação judicial, cujo pedido pode ser feito em até 30 dias após a cautelar. A ação é semelhante à tomada pela Americanas em janeiro.

Entenda: a Oi declara ter R$ 29 bilhões apenas em dívidas financeiras, sendo que R$ 600 milhões vencem no próximo dia 5 (domingo).

  • A empresa diz que o não pagamento desse débito acionaria cláusulas que antecipariam o vencimento da quase totalidade da dívida.
  • A tele diz que a primeira recuperação judicial teve "inquestionável sucesso", mas que a estrutura de capital da companhia continua insustentável.

Em números: caso a Oi conclua mais um pedido de recuperação judicial, ela aparecerá duas vezes na lista das cinco maiores RJs do Brasil:

  • Odebrecht (R$ 80 bilhões), Oi (R$ 65 bilhões), Samarco (R$ 55 bilhões), Americanas (R$ 47,9 bilhões) e Oi (R$ 29 bilhões).

Relembre: a Oi entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2016, depois de acumular uma dívida bruta de aproximadamente R$ 65 bilhões, com mais de 55 mil credores.

  • Após ser transformada em uma supertele de controle nacional, a crise da empresa foi agravada depois da fusão com a Portugal Telecom, em 2010.
Logo da Oi em loja em São Paulo - Paulo Whitaker - 18.jul.2018/Reuters

Os comunicados dos BCs

As decisões sobre juros do Banco Central e do Fed (o BC americano) anunciadas nesta quarta não surpreenderam e vieram em linha com o mercado.

A Selic se manteve em 13,75% ao ano, enquanto nos EUA o ritmo de aperto diminuiu e os juros cresceram 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 4,5% e 4,75%, o nível mais alto desde setembro de 2007.

A atenção dos investidores ficou voltada para os comunicados das autoridades, que indicam o rumo da política monetária.

No Brasil, o colegiado do BC subiu o tom e fez alertas sobre as incertezas fiscais e a piora nas expectativas de inflação. Para analistas, a autoridade monetária sinalizou que pode adiar o corte de juros para 2024.

Nos EUA, o Fed afirmou que espera seguir aumentando os juros nas próximas reuniões e que um aperto mais lento dará tempo para avaliar o impacto da política restritiva.

  • A expectativa pela desaceleração do ritmo de aperto foi responsável por tirar força do dólar no começo do ano e valorizar as Bolsas.

Nos investimentos, a manutenção da Selic em 13,75% segue beneficiando os títulos de renda fixa.

  • No levantamento do buscador Yubb, os títulos privados com isenção tributária se destacam.
  • É o caso das LCAs (Letras de Crédito Agrícola), LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e debêntures incentivadas, com retornos reais (descontando a inflação) estimados de 7,22%, 7,61% e 9,29%, respectivamente.

Como vão funcionar as contas compartilhadas da Netflix

A Netflix deu mais detalhes nesta quarta (1º) sobre como vai funcionar seu modelo de verificação de contas compartilhadas, cuja cobrança está em testes no Chile, Costa Rica e Peru desde o começo do ano passado.

  • O streaming atualizou a seção de dúvidas frequentes da plataforma nas páginas desses países, num indicativo de como esse modelo vai funcionar quando chegar a outras localidades.

Entenda: a plataforma pedirá aos usuários que se conectem à mesma rede wi-fi da conta principal —seja pelo aplicativo ou pelo site— ao menos uma vez a cada 31 dias.

  • O período servirá para a plataforma identificar a recorrência do uso dos aparelhos conectados e considerá-los confiáveis. Aparelhos que não forem ligados a essa rede ao menos uma vez no mês serão bloqueados.
  • O modelo também dá uma opção para quem estiver viajando e precisar se conectar: um código com validade de sete dias será enviado para o email ou celular cadastrado na conta principal.
  • A plataforma reafirma que uma mesma conta não pode ser compartilhada com pessoas que moram em outras casas e avisa da opção de pagar um extra, abaixo do preço de uma assinatura, para pessoas de outros locais continuarem com o acesso.

O que explica: a cobrança de contas compartilhadas foi uma das alternativas anunciadas pela Netflix no ano passadopara reverter a perda de assinantes. Segundo a companhia, 100 milhões de usuários compartilham a senha com pessoas de outros locais.

Segundo o site The Information, a empresa disse aos anunciantes que as novas assinaturas desses planos dobraram em janeiro em relação a dezembro.


A Meta deixou o pior para trás?

As ações da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, saltaram 19% nas negociações pós-mercado nesta quarta depois que a empresa anunciou alta na previsão de receita para o começo deste ano e disse que iria recomprar US$ 40 bilhões de ações.

O que explica: a empresa animou os analistas ao prever que sua receita poderia atingir US$ 28,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano, número que estaria acima do patamar registrado no mesmo período de 2021 –o último trimestre antes que as novas regras de privacidade da Apple passaram a valer.

  • A própria Meta afirma ter perdido US$ 10 bilhões com essa atualização da fabricante.
  • Com o anúncio de agora, portanto, a empresa sinaliza que conseguiu driblar essa queda de receita apostando em outras alternativas.

A companhia também anunciou uma redução de custos para 2023, enquanto o CEO Mark Zuckerberg disse que seu mote de gestão para o ano é "eficiência".

Em números: no último trimestre de 2022, a companhia registrou receita de US$ 32,2 bilhões, queda de 4% em relação ao ano anterior mas acima das expectativas do mercado.

  • O lucro líquido da empresa caiu 55% na comparação anual, para US$ 4,7 bilhões e abaixo das estimativas, refletindo os custos com reestruturação (ou seja, demissões).
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