Acordos com a China podem depender de nova visita de Lula, diz secretário do RS

Estado gaúcho negocia liberações com os chineses para aumentar exportação de carnes

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São Paulo

A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na comitiva do governo brasileiro à China pode resultar no adiamento de acordos em negociação entre os dois países, mas eles poderão evoluir futuramente quando o petista puder viajar ao país asiático, avalia Ernani Polo, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul.

O estado enviou enviou representantes para a comitiva do Ministério da Agricultura na China, e tem a expectativa de conseguir obter novas autorizações do governo chinês para que mais unidades gaúchas de produção de carne bovina e de aves possam exportar sua produção para o país asiático.

Ernani Polo, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, durante solenidade de posse do cargo - 6.fev.2023/Palácio Piratini

Polo reconhece que a ausência do presidente Lula na comitiva do governo brasileiro, que não pôde viajar por conta de uma pneumonia, pode resultar no adiamento da conclusão de alguns acordos que serão tratados durante a viagem. "Algo que não se resolva agora talvez possa avançar lá na frente em uma possível ida [de Lula à China], acrescenta.

Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro afirmou neste domingo (26) em Pequim que já tem acordos fechados entre Brasil e China no setor, mas que decidiu adiar a assinatura deles até o presidente Lula viajar à China, o que poderá acontecer em maio ou mesmo depois.

Segundo o secretário, existem seis plantas de proteína animal do estado que aguardam a aprovação da GACC (autoridade sanitária chinesa) para iniciar a exportação de frangos e carne bovina para o país.

São elas as plantas frigoríficas de aves Languiru (do município de Teutônia), Carrer (de Farroupilha), Mais Frango (de Miraguaí), Dália (de Encantado), Nova Araçá (de Nova Araçá) e, de bovinos, Frigorífico Silva (de Santa Maria).

Polo afirma que a expectativa do governo gaúcho é conseguir a liberação de ao menos algumas das unidades durante a viagem. "Temos a expectativa de que possa avançar alguma coisa, até pela sinalização do governo chinês de que querem ampliar a relação comercial", afirma Polo. Uma reunião entre representantes do governo gaúcho e do GACC deve ocorrer nesta segunda (27).

Dados da secretária de Planejamento do Rio Grande do Sul mostram que o estado registrou exportações de US$ 3,2 bilhões (R$ 16,9 bilhões) no primeiro bimestre do ano, sendo a China o principal destino, tendo importado cerca de 16,3% do total.

Polo afirma também que, além da liberação das plantas, o estado tem a intenção de se valer da viagem para avançar em outras frentes e atrair investimentos da China para áreas como energia renovável, infraestrutura e tecnologia.

Segundo o secretário, existe ainda a intenção de, no segundo semestre, planejar uma viagem de representantes do estado à China com o objetivo de estreitar relações e atrair investimentos à região, com a participação também do Ministério da Agricultura e da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

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