Fórmula E é novo laboratório para desenvolvimento de automóveis

Restrição a emissões faz corrida de carros elétricos ocupar espaço que já foi da F1

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São Paulo

A Fórmula E estreia no Brasil com um papel que já pertenceu à Fórmula 1: servir de laboratório para automóveis que chegarão a diferentes países.

Os veículos elétricos que vão passar pelo Sambódromo do Anhembi (zona norte de São Paulo) neste sábado (25) reúnem tecnologias que estarão nos carros de passeio que não queimam combustível.

O circuito tem 14 voltas, cada uma com 2,96 quilômetros. A largada ocorre na mesma rua em que ocorrem os desfiles no Carnaval, e depois segue por uma combinação de retas e curvas na região.

Carros da Fórmula E competem na etapa realizada na África do Sul - Rodger Bosch/AFP

A temporada atual traz mudanças importantes. Os modelos de corrida chegaram à terceira geração e, por força do regulamento, ficaram mais leves. Só as baterias perderam cerca de 100 quilos em relação a outros anos.

Para compensar, a ABB, empresa especializada em tecnologias de eletrificação, teve de desenvolver novos carregadores. Um deles é compacto, mas tem potência similar ao das tomadas ultrarrápidas encontradas em algumas rodovias do Brasil. Portátil, deverá chegar a eletropostos mundo afora.

Há também um sistema ainda mais eficiente, de 600 kW. Quando os automóveis convencionais tiverem a capacidade de receber tanta energia, será possível completar as baterias em poucos minutos. Durante a prova, bastam 30 segundos para recuperar cerca de 10% da carga.

Os gastos por equipe são limitados: o valor equivale a R$ 65 milhões por temporada. Apesar disso, as montadoras e seus fornecedores fazem um trabalho paralelo para levar o que é desenvolvido nas pistas aos carros que chegam às ruas.

A Porsche, que participa da competição desde a temporada 2019-2020, desenvolveu seu protótipo em conjunto com o sedã esportivo Taycan, 100% elétrico. Soluções como a posição das baterias e seu sistema de arrefecimento estão em constante evolução devido à experiência adquirida nas corridas.

A montadora alemã começou a trabalhar com eletrificação em outra competição, as 24 Horas de Le Mans. O sistema de tensão de 800V usado em seus automóveis –que permite uma corrente menor, reduzindo peso dos componentes– veio do 919 Hybrid, tricampeão da prova.

A japonesa Nissan também compartilha soluções entre os carros de competição e os modelos que chegam às ruas, mas sem um desenvolvimento isolado para cada caso.

"Não existem tecnologias específicas transferidas como tal, ou seja, a base da tecnologia é a mesma", afirma Tomasso Volpe, diretor da equipe Nissan de Fórmula E.

"Mas, se é a mesma tecnologia, o que podemos dizer é que a competição também desempenha um papel de plataforma de testes para nosso departamento de pesquisa e desenvolvimento. Produzimos Propriedade Intelectual adicional, principalmente para motores elétricos de altíssima performance, onde o nível de eficiência energética no motor é muito, muito alto."

O diretor destaca ainda os avanços dos sistemas de gerenciamento de energia, outro ponto de compartilhamento entre carros de passeio e de pista.

A Nissan está na Fórmula E há cinco temporadas, mas agora passa por uma grande mudança: a montadora assumiu o controle total sobre a equipe.

"É uma espécie de um novo começo, que tentamos comunicar por meio de nosso visual, o tema Sakura [Cerejeira], que representa na cultura japonesa o nascimento de uma nova era na primavera", diz Volpe.

Os ingressos para a etapa o São Paulo da e-Prix, como é chamada a etapa brasileira, podem ser comprados por meio do site da Eventim: https://www.eventim.com.br/artist/formulae-sp/.

O valor dos bilhetes vai de R$ 300 e R$ 350, com opções de meia-entrada. A classificação etária é de 16 anos, e todos os menores de idade devem estar acompanhados de um adulto.

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