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BuzzFeed fecha divisão de notícias e corta 15% da equipe

Anúncio foi feito aos funcionários nesta quinta-feira (20)

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Londres | Financial Times

O BuzzFeed vai fechar sua divisão de notícias e reduzir sua força de trabalho em 15%, enquanto busca cortar custos e se concentrar em partes lucrativas de suas operações.

A decisão de fechar sua premiada operação de notícias é a mais recente tentativa de reverter o declínio da empresa, que já foi elogiada como o futuro da mídia digital devido ao uso perspicaz de memes, emojis e listas.

Cerca de 180 funcionários perderão os empregos, incluindo nos setores de negócios, conteúdo, tecnologia e equipes administrativas, conforme memorando enviado à equipe pelo executivo-chefe, Jonah Peretti.

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Funcionários do Buzzfeed na sede da empresa em Nova York - Chang W. Lee - 7.ago.14/The New York Times

O BuzzFeed também pretende cortar empregos em alguns mercados internacionais. Atualmente, emprega 1.200 pessoas.

Na quinta-feira (20), seu rival de notícias digitais Insider disse que cortaria 10% de sua equipe nos Estados Unidos para se manter "saudável e competitivo".

As ações do BuzzFeed caíram acentuadamente na abertura em Nova York e quase 20% nas negociações até o início da tarde, deixando o grupo com um valor de mercado de apenas 105 milhões de libras (cerca de R$ 660 milhões).

Em 2021, o BuzzFeed concordou em abrir o capital em um acordo com uma empresa de cheque em branco que deu ao grupo uma avaliação implícita de US$ 1,5 bilhão. Na época, o grupo buscava construir uma marca de mídia online para competir com gigantes da tecnologia como Facebook.

A empresa disse que estava se concentrando apenas em partes do negócio que poderiam aumentar seus lucros. O BuzzFeed e o HuffPost oferecerão algumas vagas para jornalistas em áreas onde desejam expandir a cobertura.

Peretti se culpou no memorando por investir demais no BuzzFeed News, "porque eu amo muito o trabalho e a missão deles". Isso o tornou "lento para aceitar que as grandes plataformas não forneceriam a distribuição ou o suporte financeiro necessários para apoiar o jornalismo premium gratuito criado especificamente para rede social", disse ele.

Ele também assumiu a responsabilidade por não manter "a empresa em padrões mais altos de lucratividade, para nos dar o amortecedor necessário para administrar as crises econômicas e da indústria e evitar dias dolorosos como hoje".

Peretti disse no memorando que o BuzzFeed "enfrentou mais desafios do que posso contar nos últimos anos: uma pandemia, um mercado de Spac [empresa de cheque em branco] enfraquecido que rendeu menos capital, uma recessão tecnológica, uma economia difícil, um mercado de ações em declínio, uma desaceleração do mercado publicitário digital e mudanças contínuas de público e plataforma".

Enquanto Peretti disse que algumas das mudanças em suas equipes comerciais refletiam que o BuzzFeed "começa a trazer aprimoramentos de IA para todos os aspectos do nosso processo de vendas", a empresa disse mais tarde que nenhum trabalho seria substituído por IA.

O BuzzFeed comprou a Complex Networks, editora digital focada em streetwear e cultura pop, da Verizon e da Hearst por US$ 200 milhões em dinheiro e US$ 100 milhões em ações em 2021.

No memorando, Peretti também culpou o lento processo de integração do BuzzFeed e da Complex, dizendo que "tínhamos potencial para gerar muito mais receita do que entregamos nos últimos 12 meses".

Edgar Hernandez, diretor de receita, e Christian Baesler, diretor de operações, deixarão a empresa, com Marcela Martin, presidente, assumindo a responsabilidade pelas operações de geração de receita.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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