Descrição de chapéu indústria

Mercedes-Benz fecha turno de fábrica de caminhões em São Paulo por ao menos 2 meses

Queda na demanda, escassez de peças e juros altos estão dentre motivos citados pela companhia

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Rodrigo Viga Gaier
Rio de Janeiro | Reuters

A fábrica de chassis de ônibus e caminhões da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, em São Paulo, vai reduzir de dois para um os turnos de produção a partir de maio, informou o sindicato local de metalúrgicos nesta quarta-feira (5).

A produção em turno único vai durar de dois a três meses, informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

A entidade destacou que a montadora já tinha anunciado aos trabalhadores férias coletivas para 300 funcionários também no início de abril, além de semanas curtas de trabalho.

A Mercedes-Benz conta com cerca de oito mil trabalhadores na fábrica, sendo seis mil na linha de produção, dos quais dois mil no segundo turno.

Trabalhadores em linha de produção na fábrica de caminhões e ônibus da Mercedes-Benz em São Bernardo do Camo (SP) - Paulo Whitaker - 27.mar.2018/Reuters

Procurada pela Reuters, a montadora não respondeu até a publicação deste texto.

A Mercedes-Benz citou ao sindicato que há vários motivos para a redução na produção, entre eles, queda na demanda, escassez de peças e juros elevados no país.

Segundo a entidade, a montadora divulgou aos trabalhadores um boletim sobre necessidade de redução do programa de produção para 2023 e adoção de turno único na fábrica.

Em 2022, houve um movimento no país de antecipação de compras de caminhões devido à transição da norma de emissões de poluentes para o padrão Euro 6.

Segundo dados da associação de distribuidores de veículos, Fenabrave, as vendas de caminhões novos no Brasil caíram 7,3% em março sobre o mesmo mês do ano passado, para cerca de 9,4 mil unidades.

"É urgente abrir novas modalidades de financiamento do BNDES e baixar a taxa de juros [...] para a retomada do setor. Os juros altos prejudicam o crescimento, impedem a melhoria da produção e a geração de empregos, com efeitos nocivos no setor de caminhões e autopeças", afirmou o diretor-executivo do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, em comunicado à imprensa.

"Estamos já em um processo de negociação com a empresa para avaliarmos as medidas possíveis e necessárias. Vamos pensar os próximos passos e as alternativas para atravessarmos esse período", disse o dirigente.

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