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Elizabeth Frawley Bagley

Parceria Brasil-EUA e os 50 anos da Embrapa

Colaboração entre os dois países desempenhou papel fundamental no desenvolvimento agrícola brasileiro

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Elizabeth Frawley Bagley

Embaixadora dos Estados Unidos no Brasil

Nos três primeiros meses como embaixadora dos Estados Unidos, impressionei-me com a amplitude da relação de dois séculos entre Brasil e EUA, e com o impacto dessa parceria, que beneficia milhões de brasileiros e norte-americanos.

Estamos em um momento decisivo, que apresenta enorme potencial para expansão ainda maior de nossa colaboração. Nossas prioridades compartilhadas podem fazer a diferença em nossas economias, segurança e prosperidade, à medida que fortalecemos nossas democracias e direitos humanos. A parceria pode se tornar uma das mais importantes do hemisfério e do mundo.

Nossas conquistas compõem uma longa lista. Entre as mais recentes, podemos citar os dois anos consecutivos de comércio bilateral recorde.

A unidade da Embrapa dentro da Unicamp - Bruno Santos - 20.set.2018/Folhapress

Os EUA são o maior investidor estrangeiro no Brasil, especialmente em setores em crescimento, criando mais de 700 mil empregos bem remunerados no país. Nossos setores inovadores agrícolas promovem a segurança alimentar, alimentam um quarto da população mundial e são pioneiros na agricultura sustentável.

Nossas democracias demonstraram resiliência em momentos cruciais, e o apoio mútuo tem sido relevante à medida que as instituições trabalham para proporcionar liberdade, prosperidade, segurança e Estado de Direito para nossos povos.

Na semana passada, o presidente Biden anunciou cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões) em apoio aos esforços climáticos e florestais e, dentre esse valor, a promessa de trabalhar com o Congresso para fornecer US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para o Fundo Amazônia e programas complementares.

Existem muitos exemplos de como nossa parceria faz a diferença. Em 26 de abril, celebramos 50 anos de parceria com a Embrapa em pesquisas inovadoras, e o papel de liderança que ela tem desempenhado no sucesso da agricultura brasileira.

Em menos de 30 anos, o país deixou de ser um importador de alimentos para se tornar um dos principais exportadores do mundo, um dos desenvolvimentos mais notáveis para a segurança alimentar e a redução da pobreza na segunda metade do século 20.

Hoje, a Embrapa é conhecida como o principal centro de pesquisa em agricultura tropical do mundo e o Brasil está entre os cinco maiores produtores de 36 produtos agrícolas e é o maior exportador mundial de soja, milho, café, açúcar, carne bovina, aves e suco de laranja.

O que poucos sabem é que a parceria entre as duas nações desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento agrícola do Brasil.

A Usaid (Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional) financiou a construção de muitos dos laboratórios e centros de pesquisa da Embrapa. De 1961 a 1978, a agência patrocinou o estudo de centenas de jovens cientistas do Brasil em mais de 25 universidades norte-americanas. Muitos deles se tornaram a base da Embrapa e deram início a uma parceria sólida e duradoura entre cientistas dos dois países.

Outra iniciativa, criada em 1998, é o LABEX USA —um laboratório virtual que conecta cientistas da Embrapa e do ARS (Serviço de Pesquisa Agrícola) do USDA (Departamento Agrícola dos EUA) para realizarem pesquisas mutuamente benéficas.

No último ano, esses cientistas desenvolveram a Iniciativa de Pesquisa sobre Eficiência no Uso de Fertilizantes Brasil-EUA, expandindo, assim, a parceria vital entre essas instituições e a Universidade da Flórida. A iniciativa, lançada na semana passada em conjunto durante a comemoração do 50º aniversário da Embrapa, ajudará agricultores do Brasil a aumentar sua eficiência, sustentabilidade e produção.

Essa colaboração levará a resultados muito além do Brasil e EUA e tornará o uso de fertilizantes mais eficientes, diminuindo a dependência de importações, e promovendo segurança alimentar e redução de emissões de gases de efeito estufa.

Nossa parceria agrícola é uma mostra de que, quando duas democracias alinham valores, inovação, ética de trabalho e talento, os resultados são extraordinários. Esse é o caminho que os EUA pretendem seguir, porque nossa parceria realmente produz impactos significativos e de longo prazo.

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