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Ações da Americanas fecham em alta de 6% após relatório sobre fraude em resultados

Papéis da varejista chegaram a subir quase 20% na abertura das negociações

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São Paulo

As ações da Americanas dispararam na Bolsa brasileira na manhã desta terça-feira (13), chegando a subir 19% no início da sessão, após a varejista ter comunicado que um relatório de assessores jurídicos apontou fraudes em suas demonstrações financeiras.

Ao longo do dia, porém, as ações da companhia desaceleraram, mas fecharam em forte alta de 6,03%, cotadas a R$ 1,23.

Com a disparada no início do dia, as ações da companhia chegaram a entrar em leilão, operando em negociação especial fora do pregão tradicional. O movimento ocorre para tentar evitar grandes oscilações, como ocorreu com os papéis da Americanas nesta terça.

Pessoas caminham em frente a uma loja das Americanas em Brasília (DF) - Ueslei Marcelino - 12.jan.2023/Reuters

Desde a revelação das inconsistências contábeis, em janeiro deste ano, as ações da Americanas derreteram na Bolsa de Valores brasileira e acumulam desvalorização de quase 90%. Os papéis da companhia chegaram a valer menos de R$ 1,00, levando a companhia à categoria de "penny stock".

Agora, a varejista ensaia uma recuperação no mercado, que vê como positiva a identificação da origem e o avanço na busca dos responsáveis pelo caso. Mesmo com a alta desta terça, porém, os papéis da Americanas seguem bem abaixo do valor que tinham no pregão anterior à revelação da fraude, de R$ 12,00.

Além disso, por ser uma ação de baixo valor, seu preço torna-se mais sensível a variações. Assim, pequenos movimentos podem causar oscilações consideráveis nos papéis.

Relatório elaborado por assessores jurídicos que acompanham a Americanas desde que ela entrou em recuperação judicial, em 19 de janeiro, apontam que demonstrações financeiras da varejista vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da empresa. O documento foi apresentado na segunda (12) ao conselho de administração da companhia, que emitiu na manhã desta terça um comunicado ao mercado.

A Americanas afirma que a fraude ocorria na suposta contratação de bônus junto à indústria. Na prática, comum no varejo, os fabricantes dão descontos para grandes encomendas, apontados pelo relatório da Americanas como "contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC)".

Os descontos, porém, não ocorriam de fato, mas eram contabilizados no balanço da Americanas como supostas negociações vantajosas, melhorando seus números.

Além disso, para cumprir o pagamento aos fornecedores, a diretoria anterior contratou empréstimos sem o conhecimento do conselho de administração, o que aumentou o seu passivo, irregularmente contabilizado.

Nesta terça, a Americanas também confirmou que seus acionistas de referência, o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, podem ficar impedidos de vender suas ações por conta de uma cláusula solicitada pelos credores durante as negociações. Segundo fontes ouvidas pela Folha, o período de impedimento seria de três anos.

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