Oferecer só Previdência Social para trabalhadores de apps é muito pouco, diz Marinho

Ministro quer concluir projeto que regula aplicativos até início do segundo semestre

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Brasília

Oferecer somente contribuição à Previdência Social para os trabalhadores de aplicativos é muito pouco e as empresas não podem ter "lucro extravagante" enquanto há superexploração do trabalho, afirmou nesta segunda-feira (5) o ministro Luiz Marinho (Trabalho).

Marinho participou da instalação da mesa do grupo tripartite que vai discutir a regulação de aplicativos e que inclui governo, trabalhadores e empresas de serviços. No evento, ele afirmou que um dos pontos principais é tratar da jornada de trabalho, que não pode ser extenuante.

O ministro disse ter pedido ao grupo celeridade. "Esperamos que a gente consiga para o início do segundo semestre ter uma proposta para oferecer ao Parlamento", afirmou.

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em reunião da central sindical União Geral dos Trabalhadores
Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em reunião da central sindical União Geral dos Trabalhadores - Zanone Fraissat/ Folhapress

Ele também defendeu que um trabalhador que se sinta prejudicado consiga falar com algum atendente humano, e não com uma máquina, para reclamar. "É preciso garantias", disse.

"Eu sei que tem um bom ponto de partida. Todas as empresas me procuraram, disseram 'nós somos a favor de ter um reconhecimento da garantia social', da Previdência Social, mas isso é muito pouco. É essencial, mas é pouco."

Segundo Marinho, o governo tem que assumir sua responsabilidade e enviar ao Congresso um projeto equilibrado. "O Judiciário tem um papel importante, mas o papel de legislar é do Congresso Nacional", disse.

Além disso, o ministro afirmou que a intenção não é proibir a empresa de ter lucro. "Mas não pode ser um lucro extravagante a tal ponto de representar superexploração do trabalho", disse.

Marinho disse ainda que é preciso analisar as experiências no mundo em termos de regulação de aplicativos, mas criar uma para o Brasil. "E se nós capricharmos nós podemos ser referência nesse processo de valorização dessa atividade econômica", ressaltou.

No evento, o ministro voltou a criticar a reforma trabalhista e a lei de terceirização aprovadas em 2017. "Nós temos constatado um crescimento desastroso do trabalho análogo à escravidão. Eu creio que como resultado da última reforma trabalhista", disse.

"Muita gente não gosta, mas a minha avaliação é que o jeito que ficou a terceirização na atual legislação trabalhista tem induzido a um processo de liberou geral e, portanto, induzido à ânsia do maior resultado possível do ponto de vista financeiro."

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