Presidente da distribuidora Light renuncia em meio a crise financeira

Empresa é parte de grupo que pediu recuperação judicial em maio com dívida de R$ 11 bilhões

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Rio de Janeiro

Thiago Freire Guth renunciou neste sábado (17) ao cargo de diretor-presidente da Light Sesa, empresa de distribuição de energia da Light, que pediu recuperação judicial em maio. Guth deixa também os cargos de presidente da holding e conselheiro da empresa de geração do grupo.

A companhia não informou o motivo da renúncia. Disse apenas que o executivo fica até o dia 30 de junho e que os substitutos serão anunciados "oportunamente". E encerra comunicado agradecendo Guth por sua dedicação e profissionalismo.

É a segunda restruturação após o início da crise financeira da companhia. Em março, Octavio Pereira Lopes apresentou carta de renúncia de duas subsidiárias de geração e distribuição de energia da empresa. Ele segue no comando da holding e dos conselhos de administração das subsidiárias.

Subestação da Light em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. - Folhapress

A Light pediu recuperação judicial alegando que não tem condições de lidar com sua dívida de R$ 11 bilhões e manter o atendimento da sua área de concessão ao mesmo tempo. A empresa tenta forçar uma renovação antecipada da concessão para renegociar dívidas.

A empresa alega que sua situação é prejudicada pela dificuldade em cobrar por toda a energia que distribui diante dos problemas de segurança pública no estado, que tem diversas áreas dominadas pelo crime organizado.

No início do mês, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, defendeu que a distribuidora de energia Light não tem se empenhado para reduzir as perdas com furto de energia no estado, apontadas como principal razão para sua crise financeira.

"A Light também precisa se movimentar para aumentar receita", disse Castro, citando como exemplo as empresas de saneamento que assumiram serviços no estado após a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto).

"Não adianta, se tem um problema, ficar chorando ao invés de resolver", completou o governador, reconhecendo, porém, que o estado tem um papel a cumprir no enfrentamento ao crime organizado. "É um problema compartilhado."

A Light atende 4,5 milhões de consumidores em mais de 30 municípios do Rio de Janeiro.

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