Tarcísio vai se encontrar com Bolsonaro para defender reforma tributária

Governador de São Paulo irá se reunir com ex-presidente na manhã desta quinta (6), em Brasília

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Brasília

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), irá se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta quinta-feira (6), na tentativa de convencê-lo a rever sua posição contrária à reforma tributária.

O encontro se dará na sede do PL, em Brasília.

Na terça (4), o partido divulgou uma nota, assinada por Bolsonaro, com duras críticas à PEC (proposta de emenda à Constituição), sinalizando que a sigla iria orientar voto contrário à proposta na Câmara.

O título do comunicado dizia que a reforma do PT é "um verdadeiro soco no estômago dos mais pobres" e acusava o governo de aumentar "de forma absurda" os impostos sobre a cesta básica.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), com o ministro Fernando Haddad (Fazenda), na manhã desta quarta - Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

Após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na manhã desta quarta (5), Tarcísio admitiu recuar da principal crítica que vinha fazendo ao texto da reforma.

Essa inflexão foi confirmada pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que foi à Câmara dos Deputados na tarde desta quarta.

"Eu pedi uma conversa com o Tarcísio hoje e fiquei animado, e marquei de falar amanhã, às 8h, com o Bolsonaro, para ver se ele convence o pessoal lá. O Tarcísio acha que dá para o pessoal [votar a favor], porque já tentamos fazer no governo Bolsonaro. Se tiver uns ajustes, ele acha que dá para fazer, dá para tocar", disse Valdemar.

O presidente do PL afirmou ainda que, mesmo assim, a ala mais bolsonarista tende a votar contra. "O que eu sinto? O pessoal de direita vai votar contra. E tem um pessoal de centro-direita que, se o Tarcísio convencer o Bolsonaro, eles teriam condições de votar a favor."

Em reunião com parlamentares do Republicanos nesta quarta (5), o chefe do Executivo paulista afirmou que São Paulo não é contra a reforma e disse que são necessários ajustes pontuais no texto.

"Estamos falando de questões muito pontuais e até, porque não dizer simples, de a gente equacionar. Perfeitamente possível de equacionar de hoje para amanhã, de hoje até sexta-feira. De maneira que eu vejo uma possibilidade concreta de a gente votar a reforma tributária."

Ele também afirmou que esse não é um texto de governo, mas sim de Estado. "Não é uma emenda à Constituição de governo, é uma proposta de Estado, que foi pensada há muito tempo. Cá para nós, está avançando porque o Parlamento está com a vontade de mudar", afirmou.

Segundo o líder do partido na Câmara, Altineu Cortes (RJ), uma decisão da legenda só será tomada após a reunião. De um lado, parlamentares defendem que o PL feche questão contra a proposta, ou seja, defina a posição do partido e oriente a bancada. De outro, avaliam que é possível liberar a bancada para tomar uma decisão.

"Amanhã o governador Tarcísio vai conversar com o presidente Bolsonaro. O governador Tarcísio e o governador Claudio Castro apresentaram diversas sugestões de mudanças no texto, portanto a gente vai aguardar essas mudanças para amanhã o partido se reunir e tomar uma decisão."

Altineu disse que Bolsonaro é favorável à reforma tributária, mas é contra alguns pontos. "Alterando todo o texto, a gente precisa chegar a essa conclusão final, para tomar uma decisão."

O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou em entrevista à GloboNews que Tarcísio estava atuando junto aos parlamentares do Republicanos e do PL para tentar contornar resistências ao texto da PEC.

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