Disputa entre montadoras brasileiras e chinesas, preço dos imóveis em alta e o que importa no mercado

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São Paulo

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Montadoras brasileiras avançam sobre chinesas

Preocupadas com o avanço no país da venda de veículos elétricos que vêm do exterior, principalmente da China, as montadoras brasileiras devem pedir ao governo um plano para taxar a importação de modelos elétricos.

Entenda: a Anfavea (representante das montadoras) defende o fim da isenção do Imposto de Importação (alíquota de 35%, mas que é zerado para os elétricos) para fabricantes de países que têm legislações ambientais mais permissivas que as normas brasileiras.

  • A mira é nos carros produzidos na China, país que exige menos investimentos na adequação de suas linhas de montagem à agenda ambiental.

Em números: as vendas de carros eletrificados (híbridos e totalmente elétricos) têm saltado nos últimos meses.

  • O total acumulado de janeiro até agora já superou todo o volume de 49,2 mil unidades de 2022, segundo os dados da Anfavea.
  • A entidade diz que o Brasil deixou de arrecadar neste ano cerca de R$ 2 bilhões por conta da isenção do Imposto de Importação sobre elétricos. Desse total, R$ 1,1 bilhão é relativo a veículos importados da China.

Montadoras chinesas como GWM e BYD já anunciaram investimentos bilionários e instalação de fábricas no país, mas até elas começarem a entregar os veículos vão importar carros eletrificados, com preços competitivos.

  • Os hatches GWM Ora 03 e BYD Dolphin, por exemplo, custam R$ 150 mil no mercado nacional. São veículos 100% elétricos que disputam espaço com automóveis flex feitos no Brasil.
  • Ricardo Bastos, que é diretor de relações de assuntos institucionais da GWM e presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), diz que, quando a produção de veículos híbridos e elétricos tiver início no país, a importação será naturalmente reduzida.

Por que ações de Via caem

As ações da varejista Via (dona de Casas Bahia e Ponto) despencaram 7% nesta terça e acumulam queda de 30% em 12 pregões, enquanto recuam quase 50% no ano.

Entenda: no curto prazo, a sangria dos papéis está relacionada a uma oferta subsequente de ações (follow-on) anunciada nesta terça para levantar cerca de R$ 1 bilhão no mercado e melhorar a estrutura de capital da empresa.

  • A depender dos objetivos, follow-ons tendem a não agradar aos investidores, porque eles podem ter sua participação diluída se decidirem não acompanhar a oferta com um novo aporte.

A necessidade de caixa da empresa vem na esteira do balanço do segundo trimestre, em que ela reportou prejuízo de R$ 492 milhões –piora significativa em relação aos R$ 6 milhões de lucro no mesmo período do ano passado.

O ponto de atenção está no endividamento: além dos R$3,7 bilhões de dívida bruta e R$ 1,5 bilhão com risco sacado, a empresa reportou outros R$ 8,7 bilhões de empréstimos e financiamentos nas notas explicativas do balanço.

  • Dessa cifra, R$ 5 bilhões são de repasse para instituições financeiras em operações com crediário –a Via oferece parcelamento de compra ao cliente e financia a operação por meio de empréstimo com o banco.
  • A dívida dessa modalidade no segundo trimestre foi em média de 17,56% ao ano –esse é um dos buracos que a varejista quer atacar com o follow-on.

Mas os problemas da Via não são de hoje. Além do cenário de juros altos, que penaliza o setor do varejo como um todo, os analistas dizem que a empresa tomou algumas decisões erradas nos últimos anos, como um investimento agressivo na pandemia que não gerou resultados duradouros.


Preço dos imóveis segue acima da inflação

Os preços dos imóveis no Brasil subiram 0,44% em agosto, segundo o Índice FipeZAP+. O avanço ficou acima do IGP-M , o índice referência para o reajuste de aluguéis, que teve deflação de 0,14%, e do IPCA-15, prévia da inflação, que teve alta de 0,28% no período.

Mais números: o preço médio calculado para as 50 cidades monitoradas pelo FipeZAP, que se baseia em anúncios na internet de imóveis residenciais para venda, foi de R$ 8.584 o metro quadrado em agosto.

  • O maior aumento no período foi nos imóveis de um dormitório (+0,54%), com metro quadrado de R$ 10.125. Em 12 meses até agosto, a alta é de 6,92%.
  • Entre as capitais, Vitória assumiu a liderança, com R$ 10.626. Na sequência, vêm São Paulo (R$ 10.528) e Florianópolis (R$ 10.448).

Mais sobre mercado imobiliário

Inquilino pode reformar?
A influenciadora Dora Figueiredo foi assunto nas redes sociais com o relato de que terá que devolver o apartamento alugado que reformou inteiro durante a pandemia.

  • Após ter remodelado o imóvel de 35 m², ela conta que o preço do aluguel aumentou e, para devolver o apartamento ao proprietário, precisou retirar tudo o que havia mudado.

O que diz a lei? Os inquilinos têm direito de personalizar os imóveis que alugam, mas os contratos costumam demandar autorização prévia do dono do imóvel na maioria das mudanças.

  • Pela regra geral da lei de locações, os locatários têm direito à indenização no caso de benfeitorias necessárias, que são aquelas feitas para reparo, como o de um vazamento ou a troca de um telhado prestes a cair.

'Hacks' para sites de currículo não funcionam

As plataformas de candidaturas para vagas de emprego são uma espécie de pesadelo para muitos candidatos, que reclamam da demora dos processos seletivos e da falta de retorno sobre as vagas pretendidas.

Em resposta à incerteza, influenciadores vêm usando as redes sociais para dar dicas de como se recolocar no mercado, mas nem todas são válidas.

Entenda: uma delas é aquela que orienta os candidatos a encher o currículo de palavras-chave em tamanho pequeno e escritas na mesma cor do fundo do currículo, para não aparecer aos olhos humanos.

A ideia seria para que os sistemas das plataformas de emprego, que fazem um primeiro filtro dos candidatos por meio de IA, selecionassem aquele perfil como um dos melhores concorrentes à vaga.

O problema é que o truque da fonte branca não funciona em algoritmos baseados em IA, de acordo com Bianca Ximenes, pesquisadora sobre ética em aprendizado de máquina.



O que dizem os sites

  • A Gupy usa IA para ordenar os candidatos e afirma que as pessoas não precisam recorrer a palavras-chave. Ela diz que o algoritmo lê o contexto do que está no currículo.
  • A Catho usa a ferramenta para encontrar semelhanças entre os atributos elencados no currículo do candidato e o que a vaga pede. A empresa considera experiências profissionais, habilidades técnicas, formação e outros critérios.
  • A InfoJobs usa técnica similar.

Quer dicas válidas sobre como montar um currículo? Leia nesta edição da newsletter FolhaCarreiras.

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