Presidente do grupo de luxo LVMH é investigado por lavagem de dinheiro

Dono de marcas como Louis Vuitton e Tiffany é suspeito de ocultar compra de propriedades; grupo se nega a comentar

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Paris | AFP

O bilionário francês Bernard Arnault, presidente e CEO do império do luxo LVMH, e o oligarca russo Nikolai Sarkisov estão sendo investigados por suspeita de lavagem de dinheiro em uma cidade turística nos Alpes, anunciou a procuradoria de Paris nesta quinta-feira (28).

De acordo com esta fonte, que confirmou a informação do jornal Le Monde, o procedimento incorporou um relatório da unidade de inteligência financeira do Ministério da Economia francês sobre as operações dos dois magnatas na seleta vila de esqui de Courchevel, conhecida como um playground de oligarcas.

Bernard Arnault dá entrevista em frente a Torre Eiffel, em Paris
Bernard Arnault é dono do grupo LVMH, que detém marcas como Louis Vuitton, Christian Dior, Tiffany e Dom Pérignon Champagne - Julien de Rosa - 24.jul.2023 / AFP

Com base neste relatório, o jornal francês afirma que Sarkisov, de 55 anos, comprou 14 propriedades imobiliárias em Courchevel por 16 milhões de euros (R$ 85 milhões) em 2018, através de uma rede complexa de empresas na França, Luxemburgo e Chipre.

Oficialmente, o comprador era a empresa La Flèche. O nome do oligarca não aparece em seus estatutos, embora ele fosse o proprietário efetivo, de acordo com a procuradoria.

Através desta empresa, a investigação aponta que Sarksisov comprou outras três propriedades na mesma estação de esqui por 2,2 milhões de euros (R$ 11 milhões) que geraram um ganho de capital de 1,2 milhão de euros (R$ 6,5 milhões) para outra empresa, a Croix Realty, da qual ele também é o proprietário através de outra complexa estrutura empresarial.

Para financiar essas operações, Arnault transferiu 18,3 milhões de euros (R$ 97,5 milhões) para Sarkisov. A LVMH é dona do grupo que detém marcas como Louis Vuitton, Christian Dior, Tiffany e Dom Pérignon Champagne.

Com o dinheiro, o oligarca russo comprou o conjunto da empresa La Flèche, tornando-se o beneficiário efetivo dessas propriedades.

Os investigadores do Ministério da Economia francês, citados pelo Le Monde, consideram que essa estrutura busca "esconder a origem exata dos fundos" e "disfarçar o beneficiário efetivo de todas essas operações, ou seja, Bernard Arnault".

Questionado pela AFP, o grupo LVMH se recusou a fazer qualquer comentário. Um porta-voz disse ao jornal Le Monde que a operação foi realizada "no mais estrito respeito pela lei".

O círculo próximo do oligarca, citado pelo Le Monde, afirmou que o ganho de capital da operação foi apenas de "algumas centenas de milhares de euros" e Sarkisov "não esteve pessoalmente envolvido" nela.

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