Brasileiro gasta R$ 29,40 em média para comprar um prato feito

Já preço da refeição à la carte dispara 24% em um ano e chega a custar em média R$ 80,48

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O trabalhador brasileiro gasta, em média, R$ 29,40 para almoçar fora e consumir o tradicional prato feito com uma bebida não alcoólica. Os valores consideram as opções de refeição mais em conta, que são servidas nos restaurantes também com o nome de prato comercial.

Na comparação com a pesquisa de 2022, foi necessário gastar em média 10% a mais com esse tipo de almoço, que custava R$ 26,70 no ano passado.

Imagem mostra um prato feito, acompanhado de duas tijelas com caldo de feijão e farofa. No prato, há arroz branco, salada com muitas verduras e legumes, como alface, cenoura, pepino, repolho, tomate, chuchu e azeitonas, além de duas proteínas, carne bovina e ovo de codorna.
Prato feito de restaurante do bairro de Capão Redondo, na zona sul de São Paulo (SP) - Rivaldo Gomes - 15.mar.18/Folhapress

Duas regiões do país ofertam a refeição básica com preços acima da média nacional: Nordeste (R$ 30,23) e Sudeste (R$ 30,14). O Centro-Oeste é a que tem o prato comercial mais em conta, por R$ 25,43, em média.

Se o brasileiro opta por comer uma fruta em vez de ingerir a bebida não alcoólica, o custo sobe e a média nacional passa a ser de R$ 33,30 —alta de 13%.

Os dados são da pesquisa Preço Médio da Refeição Fora do Lar 2023, realizada pela Mosaiclab e encomendada pela ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador).

A pesquisa foi feita entre junho e agosto deste ano, em 4.516 estabelecimentos comerciais em 22 estados, além do Distrito Federal. Em agosto deste ano, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, encerrou 12 meses em 4,61%.

Refeição completa é 58% mais cara

Se o intuito é ter uma opção mais completa, que inclui prato principal, bebida, sobremesa e café, o preço médio sobe para R$ 46,60. Ou seja, é necessário desembolsar 58% a mais do que gastaria em uma refeição básica, apenas com prato feito e bebida.

Para esse tipo de opção, os restaurantes costumam servir uma quantidade maior de comida, com cortes mais fartos de carne, por exemplo.

Em algumas capitais do país, o custo do almoço completo é ainda maior: paulistas precisam desembolsar R$ 53,12; cariocas, R$ 53,90. Florianópolis lidera o ranking, com preço médio de R$ 56,11 por refeição.

Outras capitais se destacaram pelo forte aumento nos preços se comparados aos da pesquisa feita no ano anterior. Maceió e São Luís tiveram a maior alta, ambas com 40,5%, seguidas por Manaus (+34,3%) e Palmas (+30,5%).

Entre as regiões, o Sudeste apresenta preço médio mais elevado: R$ 49,33. O Centro-Oeste demanda o menor custo, com R$ 41,75.

Preço do self-service sobe 20%

O self-service para uma refeição completa, que inclui os restaurantes por quilo e também os que têm um buffet com preço fixo, disparou 20% na comparação com 2022. Em 2023, o brasileiro desembolsou o valor médio de R$ 43,24, ante os R$ 35,91 do ano anterior.

Para os restaurantes por quilo foi considerada uma refeição de 500 g com mais 200 g de sobremesa.

Preço da refeição completa no modelo à la carte explodiu em 2023

O preço médio do almoço completo na categoria à la carte explodiu, custando R$ 80,48. No ano passado, a refeição saía por R$ 64,83 —aumento de 24%. Nesse formato, o cliente escolhe a comida a ser preparada na hora e, em parte dos locais, faz a refeição em ambientes sofisticados.

Alguns restaurantes oferecem a refeição reforçada, com bebida, sobremesa e café, no modelo popular. Ou seja, o prato principal é o comercial (prato feito). Nesse modelo em específico, o almoço sai por R$ 34,30 —a modalidade custava R$ 30,59 em 2022.

Vale lembrar que a versão básica do prato feito, apenas com bebida de acompanhamento, custa R$ 29,40.

Confira os preços da refeição completa em cada tipo de atendimento.

Para Ricardo Contrera, sócio fundador da Mosaiclab, o aumento na média de preços se deve aos custos represados ao longo de dois anos de pandemia de coronavírus, em meio à queda vertiginosa da demanda com os restaurantes fechados.

"Além de haver uma forte pressão de preços, houve queda no rendimento do trabalhador", disse. "O setor passou por mudanças estruturais e, até hoje, o nível de consumo está abaixo se comparado ao pré-pandemia. Embora o tíquete médio [valor gasto por cada trabalhador, em média] esteja maior, o fluxo de pessoas está menor. Reflexo dos modelos híbridos."

"No dia a dia, o trabalhador consome na categoria comercial. Uma vez por semana ou por mês, vai a um restaurante à la carte com colegas de trabalho, em comemorações", afirma.

"Os restaurantes precisam responder a esse movimento. Estar onde o consumidor deseja. Oferecer comodidade, rapidez, preço adequado à ocasião e experiência diversificada."

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.