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Hotéis do Rio lotam com invasão de argentinos antes da final da Libertadores

Setor também vê impulso de show da banda Red Hot Chili Peppers e congressos na capital fluminense

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Rio de Janeiro

Já é possível observar grupos com camisetas azuis e amarelas circulando em pontos turísticos e supermercados do Rio de Janeiro.

São os torcedores do Boca Juniors, que começam a invadir a cidade antes da final da Libertadores entre o clube argentino e o Fluminense, agendada para sábado (4) no Maracanã.

Essa movimentação está impactando o setor de turismo carioca. A ocupação média dos hotéis do Rio já chegava a 87,57%, conforme balanço divulgado na terça-feira (31) pelo HotéisRIO (Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro) e pela ABIH RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio de Janeiro).

As entidades empresariais esperam que o percentual supere os 91% na data da partida. O jogo decisivo, contudo, não é o único fator que explica esse cenário.

Torcedor do Boca Juniors participa de ação na praia de Copacabana, no Rio, antes da final da Libertadores, que também envolve o Fluminense - @libertadoresbr no Instagram

Além da final da Libertadores, outros eventos que serão realizados na capital fluminense também contribuem para o aumento da ocupação dos hotéis no feriado de Finados, afirma Alfredo Lopes, presidente do HotéisRIO e conselheiro da ABIH RJ.

São os casos do show da banda de rock Red Hot Chili Peppers no estádio Nilton Santos (Engenhão), também no sábado, e de congressos.

De acordo com Lopes, os hotéis cariocas costumavam registrar ocupação inferior, entre 75% e 78%, no mesmo período de anos anteriores.

"Juntou o jogo com shows e eventos corporativos. Estamos com ocupação bem elevada. Acho que, quando chegar o jogo, teremos mais de 95%", diz. "É quase um feriado de Réveillon."

Conforme o balanço divulgado na terça, hotéis de duas regiões da zona sul do Rio já apresentavam procura acima da média da cidade: Copacabana/Leme (93%) e Ipanema/Leblon (92,61%).

Outros bairros, dizem HotéisRIO e ABIH-RJ, também registravam números considerados "ótimos". Barra da Tijuca/Recreio dos Bandeirantes (85,14%), na zona oeste, Centro (81,98%) e Flamengo/Botafogo (81,97%), na zona sul, estão nessa lista.

Lopes pondera que nem todos os argentinos na cidade ficarão em hotéis. "Tem gente que vem para ficar em trailer, carro. Estamos acostumados com isso."

Prefeitura fala em 100 mil argentinos

A Prefeitura do Rio montou uma operação especial para receber a final da Libertadores e os demais eventos dos próximos dias. Segundo a administração municipal, o público esperado no Maracanã no sábado é de 70 mil torcedores, mas o número de argentinos na capital fluminense pode ultrapassar 100 mil.

"Já percebemos um aumento de entrada de pessoas na cidade, sobretudo de argentinos, com aumento de voos no Galeão e no Santos Dumont e de ônibus na rodoviária", disse o chefe-executivo do COR (Centro de Operações Rio), Marcus Belchior.

"É muita gente na cidade e, por isso, a preocupação operacional da prefeitura. Também existe uma preocupação em relação aos moradores", acrescentou.

Um temor que ganhou força nos últimos dias é o de confrontos entre torcedores adversários após ameaças nas redes sociais. Argentinos já acusaram brasileiros de agressão no início desta semana na praia de Copacabana.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), prometeu na terça que o município estará atento a possíveis hostilidades.

"Quero ressaltar que os torcedores do Boca Juniors são bem-vindos no Rio. Eles são adversários, não são inimigos. O carioca sabe receber muito bem os turistas. Estaremos atentos às hostilidades, é algo que não vamos aceitar. Isso afasta a vinda do turista", afirmou.

O Boca Juniors, por sua vez, divulgou uma lista de recomendações lembrando que "cantos e gestos racistas/xenófobos constituem um delito grave" que pode levar a até cinco anos de prisão. Trata-se de um crime que não é incomum quando clubes dos dois países se enfrentam.

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