Morre César Alierta, que comandou Telefónica na compra da Vivo

O empresário espanhol César Alierta, que presidiu a Telefónica por 16 anos, morreu nesta quarta-feira (10), aos 78 anos, em Zaragoza, no norte da Espanha, anunciou a empresa de telecomunicações.

Alierta enfrentou problemas cardíacos nos últimos anos e estava hospitalizado em uma unidade de cuidados intensivos.

Ele comandou a Telefónica entre 2000 e 2016 e, em sua gestão, a empresa se expandiu pela América Latina e adquiriu o controle da Vivo em 2010.

Na ocasião, a companhia pagou 7,5 bilhões de euros pela participação da Portugal Telecom, com quem dividia até então o controle da Vivo, segundo o jornal El País.

Alierta foi sucedido em 2016 no cargo de presidente da Telefónica por José María Álvarez-Pallete.

"É um dia triste para a família Telefónica", afirmou Álvarez-Pallete, citado em um comunicado da empresa.

"A história da Telefónica não poderia ser compreendida sem o seu exemplo, seu legado pessoal e profissional, sua visão estratégica e sua incansável vocação de tornar a Telefónica um lugar onde fosse possível criar um mundo mais humano", disse a companhia.

A Telefónica está presente em 11 países além da Espanha, sendo nove na América Latina, incluindo o Brasil.

Nascido em 5 de maio de 1945, em Zaragoza, Alierta foi diretor-geral do Banco Urquijo entre 1970 e 1985. Nos anos 90, ele também foi presidente do banco de investimentos Beta Capital e integrou a comissão permanente da Bolsa de Madri.

Em 1996, o empresário assumiu a presidência da fabricante de cigarros Tabacalera e comandou a fusão da empresa com a francesa Seita, dando origem ao grupo Altadis em 1999. Um ano depois, Alierta foi para a Telefónica e promoveu a expansão da empresa.

Durante seu mandato, a Telefónica foi a primeira empresa espanhola a chegar à marca de 100 bilhões de euros em valor de mercado, feito alcançado em 2007.

Em 2010, a empresa de telecomunicações assumiu o controle da Vivo ao adquirir a participação da Portugal Telecom. As duas companhias dividiam o controle através da joint-venture Brasilcel.

Segundo o jornal El País, a Telefónica apresentou uma oferta de 5,7 bilhões de euros em maio de 2010. No mês seguinte, a proposta subiu para 6,5 bilhões de euros e atingiu os 7,6 bilhões de euros em 28 de de julho, quando o acordo foi selado.

Lula lamenta morte

Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a importância do empresário espanhol para a telecomunicação brasileira.

"César Alierta Izuel foi um grande empresário espanhol, que além da grande relevância na Espanha, teve papel muito importante nos investimentos estrangeiros no Brasil, acreditando no desenvolvimento do nosso país e impulsionando a economia brasileira. Foi um amigo e alguém que aprendi a respeitar cada vez mais nos nossos contatos ao longo dos anos", afirmou.

Lula recordou a última vez em que esteve com Alierta, meses após deixar a prisão em Curitiba. "Tivemos nosso último encontro em novembro de 2021, em Madri. Meus sentimentos aos familiares e amigos de César Alierta", disse.

_{Com informações da AFP}