Descrição de chapéu Financial Times

Ryanair vai reduzir tarifas após agências pararem de vender suas passagens

Companhia aérea low cost diz que plataformas online farão aumentar assentos vazios em seus aviões

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Philip Georgiadis
Londres | Financial Times

A Ryanair anunciou que reduzirá suas tarifas e alertou sobre assentos vazios em suas aeronaves depois que vários agentes de venda de passagens online "repentinamente" pararam de vender passagens da companhia aérea low cost irlandesa.

O anúncio segue anos de tensão entre a Ryanair e as plataformas de venda na internet, que a companhia aérea chamou de "piratas" e acusou de cobrar a mais dos clientes, com uma comissão sobre os voos e adicionais às reservas, como bagagem ou reserva de assentos.

Na atualização desta quarta-feira (3), a Ryanair disse que, no início de dezembro, "a maioria dos grandes" sites de viagens, incluindo Booking, Kayak e Kiwi, interromperam repentinamente a venda de suas passagens. As três empresas não comentaram.

Aviões da Ryanair no aeroporto de Stansted, em Londres - Adrian Dennis - 6.nov.2023/AFP

A Ryanair disse que espera que as mudanças resultem em um pequeno número de assentos vazios adicionais em seus voos em dezembro e janeiro, e acrescentou que reduziu as tarifas para incentivar mais pessoas a voarem em seus aviões.

No entanto, a companhia aérea acrescentou que não espera um impacto "significativo" em suas previsões de número de passageiros ou lucro em seu ano financeiro atual, que termina em março.

As ações caíram quase 4% nas negociações da tarde desta quarta-feira (3), ligeiramente acima das perdas das companhias aéreas europeias concorrentes.

Analistas da corretora Davy disseram que o anúncio representa uma "turbulência de curto prazo" para a companhia aérea, mas que não veem impacto nos lucros.

A Ryanair disse que a decisão dos agentes de viagens de parar de vender passagens é bem-vinda e que o segmento "representa apenas uma pequena fração das vendas da Ryanair".

A Ryanair há muito tempo enfrenta problemas com plataformas online, que a impedem de lidar diretamente com seus clientes.

O CEO da aérea, Michael O'Leary, caracterizou essas agências como "golpistas que cobram a mais" ao adicionar suas próprias taxas aos preços da companhia aérea, e a Ryanair já reclamou anteriormente que as agências de viagens forneceram informações incorretas dos passageiros à companhia aérea.

As agências, por sua vez, reclamaram do tratamento da Ryanair aos seus clientes, que incluiu obrigar os passageiros que reservam por meio de sites de terceiros a fornecer informações pessoais significativas em um processo complexo, incluindo verificação facial, para gerenciar sua reserva ou fazer check-in online.

A On The Beach, que disse na quarta-feira (3) que continuava a vender voos da Ryanair, recebeu 2 milhões de libras da Alta Corte em Londres em outubro, após processar a Ryanair por reembolsos que não haviam sido pagos durante a pandemia.

A Ryanair disse nesta quarta-feira (3) que transportou 12,5 milhões de passageiros em dezembro, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. A companhia aérea low cost concorrente Wizz Air transportou 5 milhões de passageiros, um aumento de 19%.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.