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O efeito Nvidia
- Máxima histórica do S&P 500, o índice que reúne as maiores empresas americanas;
- Bolsa japonesa renova sua maior pontuação, algo que não acontecia desde 1989;
- Uma empresa vê seu valor de mercado aumentar US$ 260 bilhões em um dia, um recorde.
O que tudo isso tem em comum? A Nvidia, fabricante americana de chips, que divulgou seu balanço na quarta e viu suas ações dispararem 16,4% ontem.
↳ A empresa carregou o mercado acionário global nas costas com receitas acima das expectativas dos analistas e com a previsão de que as vendas com o avanço da IA (inteligência artificial) não vão parar de crescer.
↳ "Uma nova indústria está sendo formada e isso está impulsionando nosso crescimento", disse o CEO da Nvidia, Jensen Huang, que viu sua fortuna saltar US$ 23 bilhões (R$ 113 bilhões) nesta quinta.
Entenda: a empresa é responsável por projetar as GPUs (unidades de processamento gráfico), essenciais para treinar grandes modelos de linguagem, como o GPT da OpenAI e o Gemini do Google.
- Ela domina cerca de 80% do mercado em que atua, sendo a principal fornecedora de chips às big techs, que investem bilhões no atual frenesi com IA generativa.
Com valor de mercado beirando os US$ 2 trilhões, a Nvidia é a quarta maior empresa listada do mundo em valor de mercado –atrás de Microsoft, Apple e Saudi Aramco.
Fila de espera. As empresas interessadas em adquirir a H200, GPU mais avançada da Nvidia para IA, terão que aguardar até 210 dias para recebê-la, além de pagar caro –a empresa não fala quanto, mas pode chegar a US$ 40 mil (R$ 197 mil) cada.
- Só a Meta (do Facebook) se comprometeu a comprar 350 mil chips da H100, a geração anterior, até o fim do ano.
De clientes a concorrentes. A depender das big techs, o domínio absoluto da Nvidia no mercado em que atua tem hora para acabar. Google, Amazon e Microsoft estão acelerando seus projetos internos para desenvolver chips de IA.
Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI, do ChatGPT, está sondando o mercado e investidores para colocar até US$ 7 trilhões (sim, TRI) e reformular a produção de chips pelo mundo, conforme o Wall Street Journal.
Sim, mas... Os valores e interesses envolvidos mostram que a Nvidia está em uma boa posição. Enquanto seus concorrentes gastam com infraestrutura, ela já está desenhando um novo chip, escreve a coluna de negócios e finanças do jornal britânico Financial Times.
Cadê os planos individuais?
Os planos de saúde individuais e familiares têm ficado cada vez mais raros de serem encontrados pelo consumidor.
A justificativa passa pela diferença de regras da ANS (Agência Nacional de Saúde).
Entenda: os planos individuais têm reajuste anual determinado pelo órgão regulador.
- Nos coletivos, são as empresas ou categorias (como advogados, médicos e servidores) que têm de negociar com as operadoras.
Resultado: no ano passado, o aumento do plano individual foi fixado pela ANS em 9,6%. O reajuste do coletivo ficou, em média, em 26% —e deve ficar em 25% este ano. Esse último tem sido o preferido das operadoras.
A escassez de planos individuais no mercado aparece no número de beneficiários e no de operadoras em 2023.
- 8,8 milhões de usuários de planos individuais, cujo número de operadoras tombou 85,5%;
- 42,2 milhões de segurados nos coletivos, que viram o número de empresas recuar em 33,6%.
Para ler
A Folha pediu a colunistas de economia que indicassem um livro que ajude a navegar pelos acontecimentos econômicos previstos para este ano. Inteligência artificial e China estão entre os principais temas sugeridos.
Veja as recomendações (e aqui com os comentários de cada colunista):
"Como a China Escapou da Terapia de Choque: O Debate da Reforma de Mercado" (Isabella M. Weber, editora Boitempo, 472 págs., R$ 74,69, R$ 75,72 ebook)
"A guerra dos chips: A batalha pela tecnologia que move o mundo" (Chris Miller, trad. Roberto W. Nóbrega, editora Globo Livros, 480 págs., R$ 55,92, R$ 49,90 ebook).
"Nós do Brasil: Nossa Herança e Nossas Escolhas" (Zeina Latif, editora Record, 252 págs., R$ 49,92, R$ 34,90 ebook).
"How the World Became Rich: The Historical Origins of Economic Growth" ("Como o mundo ficou rico: as origens históricas do crescimento econômico") - Mark Koyama e Jared Rubin, editora Polity, 240 págs., R$ 285, R$ 97,70 ebook.
"2041: Como a Inteligência Artificial Vai Mudar sua Vida nas Próximas Décadas" (Kai-Fu Lee e Chen Qiufan, editora Globo Livros, 480 págs., R$ 59,42, R$ 44,90 ebook).
"Boa economia para tempos difíceis" (Abhijit V. Banerjee e Esther Duflo, trad. Afonso Celso da Cunha Serra, editora Zahar, 590 págs., R$ 74 e R$ 37 ebook).
"A próxima onda: Tecnologia, poder e o maior dilema do século XXI" (Mustafa Suleyman e Michael Bhaskar, trad. Alessandra Bonrruquer, editora Record, 488 págs., R$ 59, R$ 55 ebook).
"Capitalismo sem Rivais: O Futuro do Sistema que Domina o Mundo" (Branko Milanović, editora Todavia, 376 págs., R$ 79,23, R$ 54,90 ebook).
"História Econômica Global: Uma Breve Introdução" (Robert C. Allen, editora L&PM Pocket, 210 págs., R$ 29,07, R$ 16,90 ebook).
"Civilização: Ocidente x Oriente" (Niall Ferguson, editora Crítica, 432 págs., R$ 51,90).
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