Governo deve anunciar após Carnaval regulamentação do programa automotivo Mover, diz Alckmin

Governo prevê ciclo de investimentos do setor automotivo no país em R$ 100 bilhões para os próximos anos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Alberto Alerigi Jr.
São Paulo | Reuters

O governo federal deve anunciar após o Carnaval a regulamentação do programa automotivo Mover, lançado via medida provisória no final do ano passado, afirmou nesta quinta-feira (8) o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

"Vamos trabalhar no Congresso para o mais rapidamente termos a aprovação da MP", disse Alckmin durante apresentação organizada pela associação de montadoras de veículos, a Anfavea.

Vista aérea de carros, no pátio da montadora alemã Volkswagen, em São José dos Campos (SP) - Roosevelt Cassio -7.jan.15/Reuters

"O secretário Uallace [Moreira Lima, de Desenvolvimento Industrial], e a doutora Margarete [Gandini, diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica] estão trabalhando na regulamentação do Mover", disse Alckmin se referindo a membros de sua equipe no Ministério do Desenvolvimento.

"Devemos anunciar após o Carnaval. Temos pressa nos investimentos", afirmou. Ele se referiu a um ciclo de investimentos do setor automotivo no país avaliado em R$ 100 bilhões para os próximos anos, segundo dados da Anfavea.

O Mover (Mobilidade Verde e Inovação), programa que vai substituir o Rota 2030 e se tornar o novo plano estratégico para o desenvolvimento do setor automotivo no Brasil.

De acordo com o governo, o Mover amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística.

Anfavea estima investimentos de R$ 100 bi por setor automotivo no Brasil

A indústria automotiva estimou nesta quinta-feira (8) investimentos de cerca de R$ 100 bilhões no Brasil até 2029, gerado em parte por tecnologias de eletrificação e para cumprimento de regras mais rígidas de emissões de poluentes, depois da publicação de diretrizes que dão "segurança e previsibilidade" ao setor.

O volume de recursos projetado pela associação de montadoras Anfavea é recorde na história do setor, afirmou o presidente da entidade, Marcio de Lima Leite, em entrevista a jornalistas.

"O setor vive a expectativa do maior ciclo de investimento da história", disse o executivo na apresentação que também contou com a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin.

"Com o anúncio do programa Mover, os investimentos começaram a se materializar", disse Leite se referindo ao programa automotivo lançado no final do ano passado via medida provisória, que, segundo Alckmin, terá regulamentação apresentada após o período do Carnaval.

O executivo, porém, afirmou que a estimativa é "inicial".

Anteriormente, o maior ciclo de investimentos registrado pelo setor automotivo brasileiro ocorreu durante o programa Inovar-Auto, iniciado em 2013, com R$ 75 bilhões investidos até o final daquela década, segundo dados da Anfavea. O programa acabou sendo contestado na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Assim como o Inovar-Auto, o programa Mover tem como um dos principais objetivos incentivar a produção local de veículos e autopeças, mas o foco está em novas tecnologias de motorização, como motores elétricos e híbridos.

A projeção dos investimentos inclui montadoras associadas da Anfavea, como Stellantis, Volkswagen, General Motors, Renault, Toyota e as recém chegadas da China GWM e BYD.

Na semana passada, a Volkswagen anunciou investimento de R$ 9 bilhões no Brasil entre 2026 e 2028, que se somará a aportes de R$ 7 bilhões já previstos para entre 2022 e 2026 no país.

Segundo Alckmin, já foram anunciados mais de R$ 41 bilhões em investimentos no Brasil nos últimos meses pelo setor, incluindo de fabricantes de autopeças.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.