Prefeito de São Paulo decreta luto de três dias pela morte de Abilio Diniz

Empresário morto aos 87 é velado nesta segunda-feira na capital paulista

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São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), decretou luto oficial de três dias pela morte do empresário Abilio Diniz.

Nunes acompanha o velório que aconteceu nesta segunda-feira (19) no salão nobre do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbis, na zona oeste da capital paulista. Torcedor do São Paulo Futebol Clube, Diniz morreu na noite de domingo, aos 87 anos, vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein.

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, no velório do empresário Abilio Diniz - Bruno Santos/Folhapress

O velório começou por voltas das 11h, é aberto ao público e vai até às 15h. O enterro será reservado a família e amigos, e o local não foi divulgado.

O prefeito chegou ao velório por volta das 11h30. Ele lembrou das ações sociais do empresário, principalmente nas áreas de segurança alimentar e educação.

"É uma grande perda, não só para a cidade de São Paulo, mas para o país e para o mundo. É uma pessoa que elevou o nome do país positivamente para o mundo inteiro", afirmou à imprensa.

O velório, nesta segunda-feira, levou empresários, executivos, políticos e torcedores ao estádio do São Paulo.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) representou o governo Lula. Ele ficou 30 minutos no local e deixou o Morumbis sem conversar com jornalistas.

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), chegou por volta de 13h20 e ficou na cerimônia cerca de 30 minutos. Ele não falou ao sair. Em rede social, Alckmin afirmou que a vitalidade, dedicação ao trabalho e fé no Brasil, de Diniz, formaram grandes lições de vida.

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, chega ao velório do empresário Abilio Diniz - Bruno Santos/Folhapress

O velório foi aberto ao público, mas a presença de jornalistas só era permitida por alguns minutos, com acompanhamento e proibição de entrevistas ou uso de celular —a recomendação de não utilizar o aparelho também foi dada às demais pessoas, inclusive para fotos. A família de Abilio não falou com os repórteres, nem do lado de fora.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) chegou acompanhado do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

Horas antes, Temer participava de reunião do conselho da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo, onde também estava Alckmin, e disse ter pedido aplausos aos presentes em homenagem ao empresário.

"[Ele fará] uma falta extraordinária pela sensatez, pelo equilíbrio, pela ponderação, pela moderação, que é o que Brasil precisa muito", disse o ex-presidente.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que cumpriu agenda em São Sebastião, no litoral norte paulista, afirmou em nota de sua assessoria que prestava condolências à família e que também decretava luto oficial de três dias no estado.

Já no fim do velório, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, falou sobre o legado do empresário. "Abilio deixa o exemplo de vida de um batalhador íntegro, que foi capaz de construir, junto com a família, um grande empreendimento que ganhou prospecção internacional ao demonstrar que o brasileiro pode fazer coisas grandes e boas", disse.

Durante a cerimônia, a música "O que é o que é", de Gonzaguinha, foi tocada em homenagem ao empresário.

Entre personalidades, passaram pelo velório o apresentador Luciano Huck, o piloto Felipe Massa e a atriz Mariana Rios, namorada de Juca Diniz, neto de Abilio .

O velório reuniu vários empresários e executivos, como Stéphane Maquaire, CEO do grupo Carrrefour.

O empresário, que impulsionou o Grupo Pão de Açúcar a uma gigante no comércio varejista ao lado do pai, era considerado um dos maiores líderes do mundo corporativo brasileiro.

Ele começou a passar mal durante viagem que fez a Aspen, no Colorado, Estados Unidos, e precisou voltar ao Brasil às pressas em um avião adaptado com uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Diniz estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde o final de janeiro.

"É com extremo pesar que a família Diniz informa o falecimento de Abilio Diniz aos 87 anos neste domingo, 18 de fevereiro de 2024, vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. O empresário deixa cinco filhos, esposa, netos e bisnetos, e irá ao encontro do seu filho João Paulo, falecido em 2022. Desde já, a família agradece a todas as mensagens de apoio e carinho", diz a nota divulgada pela família.

A morte acontece um ano e meio depois de Abilio perder seu filho, João Paulo Diniz, aos 58 anos, após um mal súbito. Na época, o empresário disse que a perda foi o golpe mais duro que poderia receber. "Estou sem chão", disse em uma publicação nas redes sociais. "A dor que sinto é inexplicável."

Abilio Diniz construiu um império no varejo. Com o Pão de Açúcar, tornou-se um dos homens mais ricos do país, personificando uma era de sucesso das empresas familiares com influência em governos. Viu de perto crises em seu negócio, enfrentou uma feroz disputa familiar e um sequestro.

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