Gigantes das bets miram Brasil, Silveira fala sobre relação com Prates e o que importa no mercado

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São Paulo

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Silveira reconhece conflito com Prates

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse em entrevista à Folha que há debates "acalorados" entre ele, como representante do governo, com Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.

Silveira afirmou que as mesmas divergências aconteceram entre pessoas que ocupavam esses cargos em outros governos e que elas são "salutares" e não pessoais.

A entrevista acontece em um momento de nova fervura sobre o cargo de Prates, como noticia a coluna Painel S.A.

  • Agora, relata a coluna, há uma nova rodada de pressão sobre o executivo a partir do ministro Rui Costa (Casa Civil), que tem indicado para o presidente Lula (PT) nomes para o cargo. O ministro nega.

Abre aspas para Prates (leia aqui a entrevista na íntegra):

↳ "Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente, [defende] como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito".

↳ "Foi um barulho [a repercussão do episódio sobre dividendos]. Foi você sentar em cima de um pacote de biscoito de polvilho. Você fez barulho e depois comeu o farelo, que é gostoso para caramba, até mais gostoso do que comer o biscoito".

↳ "A Petrobras vai ser a empresa que mais vai ganhar valor no terceiro mandato do presidente Lula".

O que mais disse o ministro:

- Até quando o país vai explorar petróleo? "Até conseguir alcançar IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] à altura do que atingiram os países industrializados, que hoje podem contribuir muito pouco com a questão ambiental porque se industrializaram muito antes de nós".

- Defendeu que o país discuta o começo da exploração do gás de "fracking" (também conhecido como gás de xisto), comum em países como EUA e Argentina. A técnica é criticada por ambientalistas.

- O ministério quer criar regras mais rígidas para as concessões de energia elétrica, antecipar a renovação de quem já puder cumprir as novas normas e barrar a extensão daquelas que não aderirem a tais normas —o que pode impactar o caso da Enel.


Gigantes das bets miram Brasil

A quantidade de empresas de apostas esportivas que operam no Brasil explodiu nos últimos anos –como é possível ver em patrocínios de grandes eventos esportivos.

Agora, o setor pode estar se preparando para uma consolidação, a partir da entrada de gigantes do exterior.

O que explica: a regulamentação do mercado, sancionada pelo presidente Lula no fim do ano passado, garante segurança jurídica para empresas gringas se estabelecerem por aqui.

  • Antes disso, em 2018, as bets já haviam sido legalizadas, mas o mercado esperava por uma regulamentação, que só veio no ano passado.
  • A entrada em vigor das novas regras deve atrair nomes como DraftKings e MGM Resorts, segundo a Bloomberg.

Consolidação? Agentes do setor avaliam que a combinação de gigantes operando por aqui com as novas regras definidas pelo governo devem diminuir a diversificação do mercado.

Isso porque a nova lei exige que as empresas paguem até R$ 30 milhões por uma licença que deverá ser renovada a cada cinco anos. Também será cobrado um imposto de 12% sobre as receitas brutas do jogo.

Esse custo pode ser muito elevado para pequenos operadores. Eles podem acabar sendo absorvidos pelas grandes bets que estão entrando no país, mas que são iniciantes quanto à característica do mercado nacional.

Em números:

  • US$ 1,5 bilhão foi a receita bruta do mercado de apostas no Brasil em 2022, o colocando entre os dez maiores do mundo, de acordo com a Entain, uma das maiores empresas do setor do Reino Unido.
  • US$ 5 bilhões deve ser a receita bruta do segmento daqui cinco anos, no cálculo da Vixio GamblingCompliance.

Terremoto em Taiwan acende alerta sobre chips

O mais forte terremoto que atingiu Taiwan em 25 anos, que deixou pelo menos nove mortos e 1.011 feridos, também pode provocar impactos para a economia global.

Entenda: a ilha é a principal produtora de semicondutores avançados no mundo.

  • É lá que fica a TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Co.), maior fabricante global de chips.

A empresa taiwanesa disse após o terremoto que havia retirado alguns funcionários de seus centros de produção. Um porta-voz afirmou à Bloomberg que os trabalhadores estão seguros e a companhia ainda está avaliando os estragos.

Por que importa: A interrupção das fábricas, mesmo que momentânea, pode ter provocado estragos. Analistas ouvidos pela agência Bloomberg afirmaram que alguns chips de ponta precisam de operações ininterruptas.

↳ Isso em um contexto de uma corrida global por chips ultra-avançados para que eles rodem modelos cada mais evoluídos de IA (inteligência artificial).

O terremoto: começou pouco antes das 8h locais (21h de terça no Brasil) e teve magnitude acima dos 7.

Apesar dos vários danos causados, o sismo desta quarta fica muito longe de se equiparar, em quantidade de vítimas, ao de 25 anos atrás.

Em setembro de 1999, um abalo de magnitude 7,6 matou quase 2.400 pessoas e fez Taiwan rever suas regras de segurança de construções para terremotos. Para especialistas, esse rigor contribuiu para reduzir o número de mortes agora.


'Agora não, chefe'

Não aguenta mais receber fora do horário de trabalho mensagens ou ligações que não são urgentes? Você não é o único, e um projeto de lei na Califórnia quer barrar a prática.

Entenda: o texto trata do chamado "direito de desconexão", termo que apareceu junto com a adoção do home office em diversas empresas durante a pandemia.

↳ Passada a crise sanitária, algumas pessoas ainda reclamam da necessidade de ficar sempre atenta ao telefone para responder de imediato alguma mensagem do chefe.

O projeto do democrata Matt Haney estabelece que empregadores e funcionários teriam que estabelecer um acordo por escrito definindo as horas de trabalho.

Se a chefia descumprisse esse acerto com mensagens ou tarefas fora do intervalo acordado por três vezes, poderia ser denunciada ao comissário de trabalho do estado e poderia receber multas a partir de US$ 100.

A inspiração veio a partir de uma lei australiana sobre o tema, que será implementada ainda este ano. Ela permitirá que os trabalhadores rejeitem comunicações profissionais "injustificadas" fora do horário regular de trabalho.

Há quem seja contra: um representante das empresas de São Francisco ouvido pelo New York Times afirmou que a atual rotina de trabalho garante um melhor equilíbrio entre emprego e vida pessoal do que antes da pandemia.

  • Ele defendeu que uma lei que estabeleça um horário determinado de jornada não seria boa para ambos os lados.
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