Descrição de chapéu Financial Times

Kamala subirá impostos cobrados de empresas para 28% se vencer eleição

Candidata democrata deve manter plano de Biden e elevar o tributo corporativo; Trump planeja diminuir

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James Politi
Chicago (EUA) | Financial Times

A vice-presidente dos EUA e candidata à presidência do país, Kamala Harris, planeja aumentar o imposto cobrado das empresas de 21% para 28%, caso vença a disputa eleitoral em novembro.

A medida visa aumentar as receitas do governo provenientes das empresas nacionais e provavelmente atrairá críticas do setor empresarial. A proposta foi apresentada por Joe Biden nos últimos anos e deve ser mantida pela vice-presidente.

Kamala Harris e Joe Biden dão as mãos no primeiro dia da convenção do Partido Democrata nos Estados Unidos
Kamala Harris e Joe Biden dão as mãos no primeiro dia da convenção do Partido Democrata nos Estados Unidos - Robyn Beck/AFP

"Diferente de Donald Trump, cuja agenda extrema do Projeto 2025 aumentaria o déficit, elevaria os impostos sobre a classe média em US$ 3.900 e levaria nossa economia a uma recessão, o plano de Kamala Harris é um ato fiscal responsável de colocar dinheiro de volta nos bolsos dos trabalhadores e garantir que bilionários e grandes corporações paguem sua parte justa," disse um porta-voz da campanha de Kamala.

A definição ocorre no momento que a vice-presidente detalha seus planos econômicos antes de se tornar formalmente a candidata do Partido Democrata à presidência na convenção em Chicago nesta semana.

O plano de impostos para empresas contrasta fortemente com o de Donald Trump, seu rival à presidência, que propõe reduzir a taxa de imposto corporativo para 15%. O plano de Kamala tornaria a taxa de imposto corporativo dos EUA mais alta do que a do Reino Unido, que é de 25%, uma das mais altas entre as economias avançadas.

Na semana passada, Kamala disse que planeja reduzir impostos para a classe média, incluindo famílias com filhos, além de aumentar os incentivos para quem quer comprar um imóvel pela primeira vez e proibir a exploração de preços por empresas de alimentos e supermercados, em uma tentativa de mostrar que está enfrentando as preocupações crescentes com o custo de vida entre os eleitores.

Uma elevação na taxa de imposto corporativo poderia ajudar a aumentar a receita do governo dos EUA para gastar em outros programas, mas Kamala não especificou como qualquer dinheiro extra seria usado.

Sua decisão de manter o objetivo de Biden de aumentar a taxa corporativa ocorre antes do que se espera ser uma feroz batalha no Congresso no próximo ano sobre o término do prazo dos cortes de impostos abrangentes promulgados pelos republicanos em 2017.

Esses cortes reduziram a taxa de imposto corporativo para 21% de uma taxa máxima de 35% e o resultado dessa negociação dependerá tanto de quem terá maioria no Congresso quanto de quem vencer a eleição presidencial.

Apesar da queda acentuada na taxa principal após 2017, as receitas de impostos corporativos são agora mais altas do que eram quando a cobrança era de até 35%, em parte devido ao aumento dos lucros.

O Business Roundtable, um grupo de lobby corporativo, estimou que a reforma tributária de Trump em 2017 resultou no retorno de US$ 2,5 trilhões de ganhos internacionais aos EUA. Ele instou os formuladores de políticas a manter uma taxa de imposto de renda corporativo de "não mais do que 21%".

A menos que os democratas recuperem a Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) e mantenham o controle do Senado, Kamala terá dificuldades para implementar um aumento na taxa de imposto corporativo devido à oposição dos republicanos no Capitólio.

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