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Nestlé anuncia saída de CEO após oito anos; Laurent Freixe assume cargo

Novo presidente-executivo era o CEO da companhia na América Latina

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Madeleine Speed Harriet Agnew
Financial Times

O CEO da Nestlé, Mark Schneider, deixou o cargo, que ocupou por oito anos. A mudança ocorreu após um período de desempenho abaixo do esperado que afetou o preço das ações da empresa.

Schneider "decidiu renunciar aos seus cargos de CEO e membro do conselho de administração", disse a Nestlé nesta quinta-feira (22).

Ele será substituído por Laurent Freixe, vice-presidente executivo da Nestlé e chefe de negócios na América Latina, que assumirá o novo cargo em setembro.

Mark Schneider deixa cargo de CEO da Nestlé após oito anos no posto
Mark Schneider deixa cargo de CEO da Nestlé após oito anos no posto - Fabrice Coffrini/AFP

"Laurent é a escolha perfeita para a Nestlé neste momento. Sob sua liderança, a Nestlé fortalecerá ainda mais sua posição como uma empresa confiável e consistente na criação de valor sustentável", disse o presidente da empresa, Paul Bulcke.

A Nestlé afirmou que Schneider, que anteriormente foi diretor executivo da empresa alemã de saúde Fresenius, ajudou a moldar o portfólio da empresa ao focar em categorias de alto crescimento, como alimentos para animais de estimação, café e saúde nutricional.

Durante grande parte de seu mandato, a empresa, cujas marcas incluem Nescafé e KitKat, superou muitos de seus concorrentes no setor de bens de consumo, como a Unilever.

No entanto, uma série de contratempos recentes na Nestlé e falhas nos lucros decepcionaram os investidores e pesaram no preço das ações, que caiu 14% nos últimos 12 meses.

No final do ano passado, a empresa alertou sobre um impacto nas vendas após a integração de um sistema de TI ter sido mal executada, causando atrasos nas cadeias de suprimentos de vitaminas e suplementos.

Este ano, a Nestlé foi investigada por reguladores franceses por usar técnicas ilegais de purificação em água mineral engarrafada.

O preço das ações caiu 6% após os últimos resultados semestrais, depois que a empresa reduziu sua previsão de vendas para o ano, e os analistas concluíram que sua previsão de crescimento a médio prazo era muito ambiciosa.

Um homem com cabelo grisalho e óculos, sorrindo levemente. Ele está usando um terno escuro e uma camisa clara. O fundo é desfocado, com uma tonalidade neutra.
Laurent Freixe, executivo da Nestlé que ocupará o cargo de CEO a partir de setembro, em uma entrevista no México - Edgard Garrido - 3.mar.2020/Reuters

Freixe, francês que ingressou na Nestlé há quase quatro décadas, já dirigiu os negócios da empresa na Europa e nas Américas.

"Sempre haverá desafios, mas temos forças incomparáveis", disse Freixe. "Podemos posicionar estrategicamente a Nestlé para liderar e vencer em todos os lugares onde operamos."

O analista da Jefferies, David Hayes, disse que após "um ano cada vez mais difícil, não é uma surpresa total ver uma mudança de CEO na Nestlé".

Quando Schneider foi nomeado, Freixe também era um candidato ao cargo principal, acrescentou.

"Na época, um outsider como Schneider foi preferido —para agitar as coisas. A nomeação de Freixe hoje nos parece um sinal de que o conselho quer reconstruir a cultura da Nestlé", disse Hayes.

O analista da Bernstein, Bruno Monteyne, disse que seria um julgamento severo se Schneider tivesse sido convidado a renunciar pelo conselho.

"Mudar o diretor executivo não vai mudar as categorias em que estão e a qualidade das marcas", acrescentou, dizendo que Schneider tinha um bom histórico na empresa.

Christopher Rossbach, gerente de portfólio da J Stern e acionista de longo prazo da Nestlé, disse que acolheu a nomeação de Freixe e acreditava que ele poderia superar os desafios recentes da empresa.

"As ações da Nestlé caíram este ano junto com outras empresas de produtos de consumo e estão sendo negociadas em baixas de avaliação de vários anos, tanto por causa da inflação mais alta e das taxas de juros quanto pelos problemas que enfrentou em seus negócios", disse ele.

Mas essa situação melhoraria à medida que os salários acompanhassem a inflação, acrescentou.

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