Descrição de chapéu Todas mercado de trabalho

Percentual de mulheres no mercado de trabalho bate recorde, mas ainda é inferior a 50%

Nível da ocupação delas alcança 48,1% no 2º trimestre, distante do patamar masculino (68,3%), diz IBGE

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

O nível da ocupação das mulheres no Brasil bateu recorde no segundo trimestre deste ano, mas ainda é inferior a 50%, apontam dados divulgados nesta quinta-feira (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O indicador mede o percentual de pessoas com 14 anos ou mais que estão trabalhando (ocupadas) em relação ao contingente total da mesma faixa etária.

Entre as mulheres, o nível da ocupação subiu de 47,2% no primeiro trimestre para 48,1% no segundo, apontou o IBGE.

O patamar mais recente é o maior já registrado na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), considerando diferentes trimestres. A série histórica começou em 2012.

Mulher segura carteira de trabalho durante feirão de vagas de emprego em São Paulo
Mulher segura carteira de trabalho durante feirão de vagas de emprego em São Paulo - Zanone Fraissat - 13.jul.22/Folhapress

"O movimento de agora, o atingimento do nível de 48,1%, decorre da tendência de crescimento do nível de ocupação como um todo, seja para homens, seja para mulheres. O nível da ocupação da população vem aumentando", afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostras de domicílios do IBGE.

Apesar do recorde, o dado feminino ainda segue em torno de 20 pontos percentuais abaixo do masculino (68,3%), ponderou a técnica.

Beringuy lembrou que a inserção das mulheres no mercado de trabalho ainda é mais baixa por diferentes razões ocorridas ao longo da vida. Entre elas está a sobrecarga de tarefas de cuidado de outras pessoas que recai sobre a população feminina.

Entre os homens, o nível da ocupação subiu de 67,5% no primeiro trimestre deste ano para 68,3% no segundo. O recorde da série masculina ocorreu no quarto trimestre de 2013 (70,4%).

Considerando o total de homens e mulheres de 14 anos ou mais, o nível da ocupação aumentou de 57% no primeiro trimestre para 57,8% no segundo. O recorde da série foi verificado no quarto trimestre de 2013 (58,5%).

O economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA, avalia que a retomada do setor de serviços ajuda a explicar o recorde entre as mulheres.

"O setor vem puxando a economia, e tem muitos serviços em que as mulheres acabam preponderando", diz.

Enquanto isso, o desempenho menos aquecido de atividades da construção civil e da indústria, que empregam mais homens, pode explicar o fato de o nível da ocupação masculina não ser recorde, embora esteja em crescimento, aponta Imaizumi.

"Por mais que a situação tenha uma melhora, ainda há uma discrepância entre mulheres e homens."

Outras desigualdades persistem no mercado de trabalho. No caso do desemprego, enquanto a taxa dos homens foi de 5,6% no segundo trimestre, a das mulheres foi de 8,6%, disse o IBGE. No total da população, o indicador recuou a 6,9%.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.