Descrição de chapéu carros Estados Unidos China

EUA impõem imposto de 100% sobre carros elétricos da China

Células solares terão taxa de 50% e aço e alumínio, de 25%; medida entra em vigor no dia 27

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David Lawder
Washington | Reuters

O governo dos Estados Unidos impôs aumentos acentuados nas tarifas sobre as importações chinesas nesta sexta-feira (13), incluindo uma taxação de 100% sobre veículos elétricos, para fortalecer proteções a indústrias domésticas estratégicas contra o excesso de capacidade de produção estatal da China.

O Representante de Comércio dos EUA disse que muitas das tarifas entrarão em vigor em 27 de setembro. Entre elas estão uma taxa de 100% sobre os veículos elétricos chineses, 50% sobre células solares e 25% sobre aço, alumínio, baterias para veículos elétricos e minerais importantes.

Um caminhão vermelho transporta vários carros, incluindo um modelo branco na parte superior. Ao fundo, há uma estrutura com o logotipo da Tesla. Um trabalhador vestido com um colete amarelo está em primeiro plano, observando o caminhão.
Carros elétricos deixam fábrica na China; EUA aplicarão tarifa de 100% sobre os veículos - Aly Song/Reuters

A determinação do Representante mostrou que uma tarifa de 50% sobre os semicondutores chineses, que agora inclui duas novas categorias —polissilício usado em painéis solares e wafers de chip de silício—, deve começar a valer em 2025.

Os ajustes às tarifas punitivas da "Seção 301" sobre US$ 18 bilhões (R$ 100,74 bilhões) em mercadorias, anunciados em maio pelo presidente Joe Biden, foram mínimos e desconsideraram os pedidos da indústria automobilística para reduzir tarifas sobre grafite e minerais essenciais necessários à produção de baterias de veículos elétricos, que ainda são muito dependentes dos suprimentos chineses.

O Representante deixou inalterado o aumento da tarifa de zero para 25% sobre baterias de íon-lítio, minerais e componentes, com o aumento para baterias de EVs entrando em vigor em 27 de setembro e para todos os outros dispositivos, incluindo laptops e telefones celulares, em 1º de janeiro de 2026.

"DURO, DIRECIONADO"

Lael Brainard, principal assessora econômica da Casa Branca, disse à Reuters que a decisão foi tomada para garantir que o setor de veículos elétricos dos EUA se diversifique e se afaste da cadeia de suprimentos dominante da China.

Ela disse que essas tarifas são "duras, direcionadas e necessárias" para neutralizar os subsídios estatais e as políticas de transferência de tecnologia da China que levaram a investimentos excessivos e ao excesso de capacidade de produção. Mas Washington está investindo centenas de bilhões de dólares em seus próprios subsídios fiscais para desenvolver os setores domésticos de veículos elétricos, energia solar e semicondutores.

"A tarifa de 100% sobre os veículos elétricos aqui reflete a vantagem de custo injusta muito significativa que os veículos elétricos chineses, em particular, estão usando para dominar os mercados de automóveis em um ritmo impressionante em outras partes do mundo", afirmou Brainard. "Isso não ocorrerá aqui sob a liderança da vice-presidente e do presidente."

A China prometeu retaliação contra os aumentos tarifários "intimidadores" e argumentou que o sucesso de seu setor de veículos elétricos se deve à inovação, e não ao apoio do governo. Um porta-voz da embaixada da China em Washington não respondeu a um pedido de comentário em um primeiro momento.

As tarifas mais altas dos EUA entram em vigor no momento em que a vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump estão cortejando os eleitores dos estados produtores de automóveis e aço, tentando se posicionar como duros em relação à China antes da eleição presidencial de novembro. Trump prometeu impor tarifas de 60% sobre todas as importações chinesas.

A União Europeia e o Canadá também anunciaram novas tarifas de importação sobre os veículos elétricos chineses, com o último igualando as tarifas de 100% dos EUA.

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