Inflação na Argentina sobe em agosto e atinge 236,7% em 12 meses

Aumento para 4,2% no último mês foi liderado pelo setor de habitação, água, eletricidade e gás

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Buenos Aires | AFP

A inflação aumentou ligeiramente em agosto na Argentina, para 4,2%, em comparação com 4% no mês anterior, informou nesta quarta-feira (11) o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas).

O aumento de preços nos 12 meses encerrados em agosto foi de 236,7%, um dos níveis mais altos do mundo. O acumulado nos primeiros oito meses do ano atingiu, por sua vez, 94,8%, segundo o relatório.

O aumento foi liderado pelo setor de habitação, água, eletricidade e gás, que registrou um incremento de 7% devido ao impacto das altas nos preços dos aluguéis e das tarifas de serviços públicos.

Uma mulher está em um corredor de supermercado, segurando pacotes de produtos alimentícios. Ela usa um casaco e uma máscara, e tem cabelo loiro. Ao seu redor, prateleiras estão cheias de produtos embalados, como biscoitos e laticínios. No chão, há uma caixa de papelão e uma cesta de compras laranja. O ambiente é bem iluminado.
Mulher fazendo compras em supermercado de Buenos Aires - Martin Zabala - 14.mai.2024/Xinhua

Seguiram-se educação (6,6%), transporte (5,1%) e comunicação (4,9%).

Em meio à escalada inflacionária, a Argentina registra um colapso no consumo, refletido pelos indicadores das câmaras empresariais, que mostraram uma queda de 10,5% em agosto em relação ao ano anterior, apesar de agressivos descontos de preços e promoções de compra a crédito.

A economia contraiu 5,1% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, e já havia caído 1,9% no quarto trimestre de 2023.

"As pessoas não compram nada que não seja indispensável", disse à AFP Mariana Noriega, vendedora de uma tradicional perfumaria no centro de Buenos Aires, setor onde as vendas caíram 29,3% em agosto em relação ao ano anterior.

De acordo com o relatório do Indec, o setor de alimentos e bebidas não alcoólicas registrou um aumento de preços em agosto de 3,6%, sensivelmente menor do que o registrado no mês anterior (6,1%).

Pesaram descontos agressivos de preços em alguns produtos para balancear a queda nas vendas, segundo fontes do setor.

"O cliente passou de encher o carrinho no supermercado para se contentar com uma sacolinha para ir ao comércio de proximidade onde compra o dia a dia", ilustrou à AFP Fernando Savore, vice-presidente da Federação de Armazéns de Buenos Aires. "Estamos em uma situação de poço profundo, a partir do dia 15 começa 'o fim do mês'".

Nesse contexto, as promoções estão na ordem do dia. "Alguns preços estão reduzidos em até 50% para que o cliente compre", afirmou Savore.

"A queda nas vendas é sentida, enquanto as tarifas elétricas não param de subir. No meu comércio [um armazém em Villa Sarmiento] de 94 mil pesos em julho (cerca de R$ 554) passei a pagar 240 mil em agosto (245 dólares). Com poucas vendas é mais difícil", indicou o comerciante.

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