Duas vezes premiê de Israel, Yitzhak Rabin foi assassinado a tiros
O ex-premiê israelense Yitzhak Rabin nasceu em Jerusalém, em 1922, e estudou na Faculdade de Agricultura Kadoorie, onde se graduou com distinção.
Sua carreira militar começou em 1940, quando se juntou ao "Palmach" (força de combate de elite), em Haganah. Durante a Guerra de Independência de Israel (1948-1949), Rabin comandou a brigada Harel, no fronte de Jerusalém.
Ele chegou a ser oficial de operações do Palmach, membro da delegação para as conversações de cessar fogo em Rhodes e Comandante de Operações na Brigada do Neguev.
26.out.1994 - Jaacov Saar/Reuters |
Rei Hussein, da Jordânia, acende cigarro de Yitzhak Rabin após assinar acordo de paz |
Nos próximos 20 anos, serviu às Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) no comando do norte (1956-1959), como Chefe de Operações (1959-1964) e como Chefe de pessoal (1964-1968).
Em 1967, o general Rabin se tornou Comandante-chefe das forças terrestres, aéreas e navais, que lutam e vencem a Guerra dos Seis Dias, contra a Palestina.
No dia 1º de janeiro de 1968, aposentou-se do serviço militar e foi nomeado embaixador de Israel nos Estados Unidos. Durante os cinco anos como embaixador, promoveu e consolidou os laços entre o seu país e os EUA.
Em 1973, Rabin retornou a Israel e se tornou membro ativo do Partido Trabalhista. Ele foi eleito membro do Knesset (Parlamento de Israel) em dezembro de 1973 e quando Golda Meir estruturou o seu novo governo em 1974. Após a eleição do 8º Knesset, Rabin foi nomeado ministro do Trabalho.
Após a renúncia de Meir, ainda em 1974, devido às críticas de despreparo para enfrentar a Guerra de Yom Kipur --contra Egito, Síria e Iraque--, Rabin foi eleito presidente do Partido Trabalhista e primeiro-ministro.
Governo
Durante sua gestão, deu ênfase especial à economia, dedicou-se à melhora das questões sociais e reforçou o IDF. Com a mediação norte-americana, assinou acordos de desengajamento com o Egito e com a Síria (1974), seguidos por um acordo interino com o Egito em 1975. No mesmo ano, o primeiro Memorando de Entendimento foi assinado entre os governos de Israel e dos Estados Unidos.
Em junho de 1976, o governo de Rabin e o Exército lideraram a Operação Jonathan em Entebbe (Uganda) e libertam os passageiros da companhia aérea Air France, que haviam sido capturados por terroristas enquanto estavam a caminho de Paris.
18.dez.2002 - AP |
Yigal Amir, o estudante ortodoxo que matou o premiê Yitzhak Rabin |
Em 1977, Rabin renuncia devido a um suposto envolvimento com um escândalo financeiro e o líder do Likud, Menachem Begin, torna-se premiê.
Ele se torna membro de oposição do Knesset pelo Partido Trabalhista, onde permanece até a formação do governo de União Nacional, em setembro de 1984. O ex-primeiro-ministro também foi membro do Comitê de Assuntos Externos e do Comitê de Defesa do Knesset.
No governo de União Nacional (1984-1990), Rabin serviu como ministro da defesa. Em janeiro de 1985, ele apresentou a proposta de retirar as forças militares de Israel do Líbano e estabelecer uma zona de segurança para garantir a paz nos terrenos da fronteira norte de Israel. Como ministro da Defesa, em 1987, comandou a repressão à Intifada, a rebelião palestina nos territórios ocupados.
Em fevereiro de 1992, Rabin foi eleito presidente do Partido Trabalhista e levou sua legenda à vitória nas eleições do Knesset do mesmo ano.
Acordos de paz
Em julho de 1992, ele voltou a ser primeiro-ministro e formou o 25º governo de Israel.
Em 1993, no mês de setembro, Rabin assinou com o líder da Organização para Libertação da Palestina (OLP), Iasser Arafat, o termo conjunto de Declaração de Princípios Israelense-Palestino, em Washington.
Em 1994, assinou o acordo de Autonomia Palestina na faixa de Gaza e em Jericó, e o acordo de paz entre Israel e Jordânia, que também assinado pelo rei Hussein da Jordânia, na presença do ex-presidente norte-americano Bill Clinton (1993-2001).
Em dezembro do mesmo ano, Rabin, o atual presidente israelense, Shimon Peres, e o líder palestino Iasser Arafat receberam o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços pela paz no Oriente Médio.
Em setembro de 1995, Rabin assinou o acordo de entendimento israelense-palestino, expandindo a autonomia palestina na Cisjordânia e faixa de Gaza, inclusive permitindo uma autoridade eleita e um Conselho Palestino.
No dia 04 de novembro de 1995, ele foi assassinado pelo estudante judeu Yigal Amir, logo após uma manifestação em massa em Tel Aviv reunida sob o ideal "Sim à paz, não à violência".
Amir era ortodoxo e se opunha à retirada de Israel da Cisjordânia.
Com Fundação Nobel
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