Descrição de chapéu Coreia do Norte

Três americanos presos na Coreia do Norte foram libertados, diz Trump

Kim Jong-un afirma que gesto foi resposta a sugestão do americano

Washington e Seul | Reuters e The New York Times

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (9) que os três americanos detidos na Coreia do Norte foram soltos, no gesto mais concreto até agora do ditador norte-coreano, Kim Jong-un nos esforços de aproximação com os EUA.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, cumprimenta o ditador Kim Jong-un em Pyongyang, em imagem divulgada nesta quarta (9)
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, cumprimenta o ditador Kim Jong-un em Pyongyang, em imagem divulgada nesta quarta (9) - KCNA/Reuters

"Estou feliz em informar que o secretário Mike Pompeo está no ar voltando da Coreia do Norte com os três maravilhosos cavalheiros que todos querem conhecer. Eles parecem estar em boas condições de saúde", disse o republicano.

A ida de Pompeo à Coreia do Norte foi anunciada por Trump ontem durante a fala do presidente sobre a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã.

O secretário de Estado foi ao país para acertar os detalhes do encontro entre Trump e Kim, previsto para junho em Cingapura, segundo autoridades americanas.

Trump apenas descartou que o encontro ocorra na Zona Desmilitarizada das Coreias, onde ocorreu a cúpula entre Kim e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.

A soltura dos americanos foi vista como um gesto de Kim para melhorar as relações com os EUA, que possivelmente exigiram a concessão como condição para a reunião entre Trump e Kim.

A agência de notícias KCNA, ligada ao regime norte-coreano, informou na noite desta quarta que a libertação dos prisioneiros foi uma resposta a uma "sugestão oficial" de Trump. Ainda segundo a agência, Kim disse a Pompeo durante o encontro que a futura cúpula poderia ser um excelente primeiro passo em direção a uma situação positiva na península Coreana.

A aproximação entre EUA e Coreia do Norte veio depois de, no ano passado, os líderes dos países trocarem insultos e ameaças e o regime de Kim fazer testes nucleares e de mísseis intercontinentais. 

Kim anunciou recentemente que a Coreia do Norte deixaria de fazer testes de armas nucleares e que abandonaria seu local de testes atômicos. O ditador se encontrou no final de abril com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e os países negociam a implantação de um acordo de paz para desarmar a península e encerrar formalmente a guerra entre as duas Coreias.

PRISIONEIROS

Os três americanos —Kim Dong-chul, Tony Kim e Kim Hak-song— são coreano-americanos e foram detidos por espionagem ou "atos hostis" na Coreia do Norte. Todos foram detidos nos últimos três anos.

Kim Dong-chul, empresário, foi condenado a dez anos de trabalhos forçados por espionagem. Ele diz ter sido preso em outubro de 2015 ao se encontrar com um soldado norte-coreano que lhe passaria informações. 

Tony Kim foi preso em abril de 2017; ele havia passado um mês dando aulas de contabilidade na Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, uma instituição cristã, e foi detido ao tentar embarcar no avião quando estava deixando o país.

Já Kim Hak-song foi detido em maio de 2017; ele estava na Coreia do Norte para fazer pesquisas na área de agricultura da mesma universidade. Nascido na China, perto da fronteira com a Coreia do Norte, ele emigrou aos EUA nos anos 1990 e se tornou cidadão americano.

A detenção de americanos pelo regime de Kim vinha sendo um ponto de tensão entre os países, especialmente depois que a Coreia do Norte prendeu Otto Warmbier, acusado de tentar roubar um pôster durante viagem ao país e condenado a 15 anos de trabalhos forçados. Libertado em junho do ano passado, ele estava em coma e morreu alguns dias depois nos EUA.

Em um comunicado conjunto divulgado na noite desta quarta, os três agradeceram ao presidente Trump e ao secretário Pompeo “por terem nos trazido de volta para casa”.

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