Descrição de chapéu Governo Trump

Trump não quer ouvir gravação 'perversa' do assassinato de jornalista

Ele disse confiar que príncipe saudita não ordenou a morte de Jamal Khashoggi em consulado em Istambul

O presidente dos EUA, Donald Trump, durante visita à regiões que pegaram fogo na Califórnia
Donald Trump durante visita a locais atingidos pelo fogo na Califórnia - Saul Loeb - 17.nov.2018/AFP
Washington | Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que não quer ouvir a gravação de áudio que registra a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, apesar de enfrentar pressões para punir a Arábia Saudita pelo crime.

Khashoggi foi morto dentro do consulado saudita em Istambul em 2 de outubro, e o governo da Turquia enviou ao governo dos EUA uma gravação do assassinato, mas Trump disse que ele não vai ouvir "porque é uma fita de sofrimento, é uma fita terrível".

"Eu não quero ouvir a fita, não há razão para eu ouvir a fita", disse Trump em uma entrevista para a Fox News.

"Eu sei tudo que veio na fita sem ter que ouvi-la.. É muito violenta, muito perversa e terrível".

Trump também disse que quer manter uma aliança próxima com a Arábia Saudita apesar da morte do jornalista e questionou as acusações de participação do príncipe saudita Mohammed bin Salman, conhecido pela sigla MbS.

"Ele me disse que ele não tem nada a ver com isso", disse Trump, acrescentando que "muitas pessoas" também disseram que MbS não tinha conhecimento sobre o assassinato.

A entrevista foi gravada na sexta-feira (16), horas antes de surgir a revelação de a CIA teria alertado Trump sobre o assassinato e apontado que o crime teria sido ordenado por MbS.

Trump disse no sábado que a avaliação da CIA era "muito prematura" e que, na entrevista que iria ao ar no domingo, ele diria que há chances de que o nome de quem ordenou o assassinato jamais seja descoberto.

O presidente dos EUA enfrenta forte pressão de democratas e republicanos para tomar medidas duras contra a Arábia Saudita, como suspender a venda de armas.

O governo dos EUA impôs sanções econômicas a 17 funcionários sauditas acusados de participar do crime, mas não houve medidas contra o governo saudita.

A Arábia Saudita é um grande fornecedor de petróleo e aliado dos EUA no esforço de conter o poder do Irã no Oriente Médio.
 

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