Brasil retira exigência de visto para turistas do Qatar

Brasileiros já tinham direito de visitar país sem pedir autorização prévia

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Natasha Bin
Doha

Assim como fez com a China, o presidente Jair Bolsonaro isentou cidadãos do Qatar de visto para viagens de turismo, trânsito e negócios ao Brasil.

O acordo foi assinado durante encontro com o emir do Qatar, Tamin Bin Hamad al Thani, nesta segunda (28), no Palácio Real, em Doha. 

A medida, no entanto, pode ser irrelevante para o fomento do turismo no Brasil. Apenas 10,5% dos 2,7 milhões de habitantes do país são qatarianos —trata-se da quarta maior nacionalidade do país.

A maioria da população é composta por estrangeiros, liderados pelos indianos, que representam 21,8%. Os dados são de um levantamento publicado em agosto de 2019 pela consultoria Pryia DSouza. 

Os brasileiros, por sua vez, já tinham direito à dispensa de permissão para entrar no Qatar e permanecer lá por até 30 dias, prorrogáveis por mais 30. 

O presidente Jair Bolsonaro, ao chegar ao Qatar, ao lado de Ali bin Ahmed al-Kuwari, ministro do Comércio e Indústria
O presidente Jair Bolsonaro, ao chegar ao Qatar, ao lado de Ali bin Ahmed al-Kuwari, ministro do Comércio e Indústria - Qatar News Agency/AFP

Além da liberação de visto, os líderes dos dois países assinaram acordo sobre serviços aéreos e memorandos de cooperação no campo da saúde, defesa e de grandes eventos.

Em conversa com a imprensa, Bolsonaro revelou que um dos assuntos tratados com o emir do Qatar foi a possível mudança da embaixada de Israel, tema que carrega muito simbolismo, segundo ele.

“No Brasil são quase 40% de evangélicos que querem essa mudança da embaixada. Nós respeitamos o mundo todo e a recíproca está sendo verdadeira quando entramos nesse assunto", afirmou, reforçando que não houve uma reclamação por parte do emir. 

"Acho que mais cedo ou mais tarde pode acontecer a transferência da embaixada.”

O Qatar foi um dos primeiros países a se posicionar contra o governo brasileiro em relação à possível transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo o movimento do presidente americano Donald Trump.

No início do governo, em um aceno à bancada evangélica, o presidente prometeu que iria transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. Após uma ameaça de boicote dos países árabes à proteína animal brasileira, Bolsonaro desistiu da proposta. ​

De acordo com o presidente brasileiro, o encontro com as autoridades qatarianas teve um teor muito parecido com o da visita anterior, aos Emirados Árabes, com o tema da defesa e demonstração de interesses em intensificar e diversificar os negócios com o Brasil.

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