O presidente Donald Trump elogiou nesta terça-feira (14) os departamentos de polícia dos EUA e minimizou a violência policial contra negros, dizendo que mais brancos são mortos por policiais.
Em entrevista à CBS News, o republicano foi questionado por que pessoas negras seguiam morrendo nas mãos da polícia. "Os brancos também. Que pergunta terrível é essa. Mais brancos, a propósito. Mais brancos", respondeu Trump.
A morte em 25 de maio do afro-americano George Floyd durante uma abordagem por agentes em Minneapolis provocou protestos nos Estados Unidos e levou a violência policial contra os negros ao centro do debate público americano.
Segundo análise do Washington Post atualizada na segunda-feira (13), metade das pessoas mortas pela polícia é formada por pessoas brancas, mas os negros são baleados a uma taxa desproporcional.
Eles representam menos de 13% da população dos EUA, mas são duas vezes mais mortos pelos agentes do que os brancos, de acordo com o levantamento do jornal.
Alguns americanos argumentam que os protestos da Black Lives Matter (vidas negras importam) injustamente atingiram a reputação das forças policiais.
Trump, a repórteres na Casa Branca, defendeu as corporações, dizendo que "fazem um trabalho incrível neste país". "Você pode ter um policial desonesto e terrível, como em qualquer setor, negócio ou profissão."
Em um comunicado, Jeffery Robinson, da União Americana das Liberdades Civis, acusou o presidente de racismo. "O racismo de Trump é tão absoluto que ele continua se recusando a dar até mesmo um reconhecimento tácito à epidemia da violência policial contra negros nos Estados Unidos.”
Os recentes protestos antirracismo levantaram questões sobre o uso da bandeira confederada, símbolo do Exército dos estados do sul dos EUA que lutaram a favor da escravidão na Guerra Civil Americana.
Ativistas defendem que ela seja retirada de monumentos, assim como estátuas e outras homenagens a líderes confederados. Questionado pela CBS sobre o assunto, Trump respondeu que conhede pessoas que gostam da bandeira e não estão pensando em escravidão. "É liberdade de expressão."
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