Descrição de chapéu China Brics

EUA impõem sanções a 14 autoridades chinesas por repressão em Hong Kong

Medidas incluem proibição de viagens e bloqueios de bens em território americano

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Washington | Reuters e AFP

Os EUA impuseram sanções a 14 autoridades chinesas nesta segunda-feira (7), em reação ao fato de o governo de Pequim ter expulsado opositores do legislativo em Hong Kong. Todos os atingidos pela medida são membros do Congresso Nacional do Povo da China, órgão legislativo federal.

As sanções proíbem os 14 indivíduos e seus parentes imediatos de viajar aos Estados Unidos. Também ficam bloqueados quaisquer ativos que as autoridades tenham no país, e as empresas americanas são proibidas de negociar com eles.

​A ação está sendo vista como parte de um esforço do presidente Donald Trump para cimentar seu legado duro em relação à China —antes que o presidente eleito Joe Biden assuma o cargo, em 20 de janeiro.

Em agosto, o governo Trump já havia imposto sanções contra a chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, e outras autoridades, sob a justificativa de que eles atuaram na redução das liberdades em uma repressão ao movimento pró-democracia do território.

"O ataque implacável de Pequim contra os processos democráticos de Hong Kong destruiu seu Conselho Legislativo, tornando o órgão um carimbo sem oposição significativa", disse o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em um comunicado.

O ex-parlamentar Ted Hui é detido por seguranças após protesto usando substância malcheirosa no Conselho Legislativo de Hong Kong
O ex-parlamentar Ted Hui é detido por seguranças após protesto usando substância malcheirosa no Conselho Legislativo de Hong Kong
Isaac Lawrence - 4.jun.20/AFP
A foto mostra o ex-parlamentar Ted Hui, de Hong Kong, imobilizado por seguranças dentro do plenário do Conselho Legislativo de Hong Kong

Também nesta segunda (7), a Câmara dos Representantes americana votou a favor de uma medida que permitirá que residentes de Hong Kong vivam temporariamente nos Estados Unidos.

A Casa decidiu por unanimidade emitir o chamado Status de Proteção Temporária por cinco anos para residentes do território, o que significa que eles terão o direito de trabalhar nos Estados Unidos e não poderão ser deportados neste intervalo. A iniciativa ainda precisa ser aprovada pelo Senado.

Hong Kong é uma ex-colônia britânica que voltou ao domínio chinês em 1997. O acordo de reanexação do território, porém, previa que a China mantivesse por 50 anos liberdades inexistentes no resto do país, como de expressão e de reunião.

A China, porém, tem endurecido o controle sobre Hong Kong. No último mês, o governo local, apoiado por Pequim, expulsou quatro membros da oposição do seu Legislativo depois de o Parlamento da China dar às autoridades municipais novos poderes para conter os dissidentes.

O movimento gerou a renúncia em massa de legisladores da oposição que são pró-democracia. Assim, o legislativo local ficou totalmente destituído de oposição pela primeira vez desde que o território retornou ao controle chinês, o que gerou ainda mais alarme no Ocidente.

O grupo de compartilhamento de inteligência Five Eyes —formado por Austrália, Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia e Estados Unidos— disse no mês passado que a medida parecia ser parte de uma campanha para silenciar os críticos e pediu a Pequim que mude de direção.

Mas, na semana passada, o governo local condenou a 13 meses e meio de detenção o mais famoso ativista pró-democracia, Joshua Wong, 24, por ter estimulado um protesto considerado ilegal contra o governo em 2019. Essa foi a mais dura condenação de uma figura da oposição em 2020.

O endurecimento das medidas contra opositores em Hong Kong começou em 30 de junho, quando a China impôs uma nova Lei de Segurança Nacional, vista como um golpe nas liberdades civis no território.

Desde então, além de cassar os legisladores, o governo já impediu candidatos pró-democracia de concorrerem na eleição de setembro, que acabou adiada devido à pandemia, e prendeu mais de 30 pessoas com base em artigos dessa legislação.

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