O Senado dos EUA confirmou nesta terça-feira (2) a nomeação de Pete Buttigieg, 38, como secretário de Transporte —ele disputou a candidatura democrata à Presidência com Joe Biden.
Ex-prefeito de South Bend, em Indiana, Buttigieg se torna o primeiro membro abertamente gay a ser titular de uma pasta no alto escalão do governo americano. O democrata será responsável pelas áreas de aviação, estradas, veículos, dutos e trânsito.
Entre fevereiro e maio do ano passado, Richard Granell, também abertamente gay, assumiu interinamente a Diretoria de Inteligência Nacional.
Foram 83 votos a favor e 13 contra a confirmação de Buttigieg. Sua nomeação já havia sido aprovada pelo Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado no dia 27 de janeiro.
Buttigieg também foi o primeiro candidato abertamente gay a concorrer nas primárias presidenciais. Na disputa democrata, venceu em Iowa e ficou em segundo lugar em New Hampshire, mas não conquistou nenhum delegado nas duas rodadas seguintes e acabou desistindo da corrida.
Diretora do Instituto LGBTQ Victory, a ex-prefeita de Houston Annise Parker disse que "Pete quebrou uma barreira política centenária com apoio bipartidário esmagador, e isso abre o caminho para que mais LGBTQs americanos busquem nomeações de alto nível".
Ele já tinha sido cotado para diferentes cargos na gestão de Biden —durante a disputa democrata, Buttigieg apoiou o presidente eleito assim que desistiu de concorrer e levou com ele o apoio de uma importante ala moderada do partido.
Apelidado de "Prefeito Pete", ele governou South Bend, cidade de 100 mil habitantes, de 2012 a 2020. Antes, formou-se em história e literatura em Harvard e fez mestrado em economia, ciência política e filosofia em Oxford. Em 2009, tornou-se oficial de inteligência naval da Marinha e foi enviado durante sete meses ao Afeganistão, em 2014.
À frente da Secretaria de Transporte, enfrentará grandes desafios, já que o setor foi fortemente atingido pela pandemia de coronavírus, com uma queda vertiginosa no deslocamento dos americanos.
Após tomar posse no dia 20 de janeiro, Biden propôs uma verba adicional de US$ 20 bilhões (R$ 107,1 bilhões) para auxiliar o sistema de transporte. O Congresso já alocou US$ 39 bilhões (R$ 208,9 bilhões) em um fundo de emergência para a área, incluindo US$ 14 bilhões (R$ 75 bilhões) no último mês e US$ 65 bilhões (R$ 348,2 bilhões) em empréstimos do governo e resgates a companhias aéreas americanas.
O presidente quer aumentar drasticamente os gastos com infraestrutura e promete impulsionar os padrões de economia de combustível, cortados na gestão de Donald Trump, e substituir a frota de veículos do governo por veículos elétricos, segundo o plano para o clima anunciado na semana passada.
A senadora democrata Maria Cantwell afirmou que Buttigieg entende o tamanho das necessidades de infraestrutura dos EUA. Segundo ela, a área teve um subfinanciamento por parte do governo de US$ 1,5 trilhão (R$ 8 trilhões) na última década.
O secretário de Transporte também terá de lidar com questões como uma maior introdução de drones, carros autônomos e outras tecnologias avançadas, bem como os esforços para impulsionar a segurança na aviação após o caso da aeronave 737 MAX, da Boeing.
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