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Departamento de Justiça dos EUA acusa dois invasores do Capitólio por morte de policial

Dupla foi flagrada em vídeo durante ação com lata de produto químico atirado em oficiais

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Washington | AFP

Dois apoiadores de Donald Trump que invadiram o Congresso dos EUA em 6 de janeiro foram acusados de atacar um policial que, posteriormente, morreu, segundo o Departamento de Justiça nesta segunda (15).

O agente Brian Sicknick morreu devido a ferimentos sofridos durante o ataque, mas as causas de sua morte ainda não foram confirmadas —mais de dois meses após o ocorrido. Sem uma causa de morte determinada, o caso não pode ser considerado um homicídio, embora os documentos reunidos pelos advogados de acusação aleguem que as evidências de um ataque a Sicknick são claras.

O Departamento de Justiça informou que dois homens foram detidos e acusados de terem cometido nove crimes, incluindo desordem civil, obstrução de um processo parlamentar e agressão com um produto químico —aparentemente um spray usado para se defender de ursos. Eles podem ser condenados a até 20 anos de prisão.

Parlamentares no Capitólio homenageiam o policial Brian Sicknick, morto após ser ferido por apoiadores de Trump, em Washington
Parlamentares no Capitólio homenageiam o policial Brian Sicknick, morto após ser ferido por apoiadores de Trump, em Washington - Kevin Dietsch - 3.fev.21/AFP

O jornal americano The Washington Post afirma que os dois homens são Julian Elie Khater, 32, da Pensilvânia, e George Pierre Tanios, 39, do estado de Virgínia Ocidental. Detidos, eles, que cresceram juntos em Nova Jersey, devem comparecer a uma corte federal nesta segunda-feira.

De acordo com documentos do tribunal, vídeos mostram um dos homens "com uma lata na mão direita apontando para os policiais". Três agentes, incluindo Sicknick, "reagiram ao serem pulverizados no rosto". "Os policiais foram embora, levando as mãos ao rosto e procurando água para lavar os olhos."

Sicknick, que tinha 42 anos, voltou à sua base, desmaiou e foi levado a um hospital, onde morreu no dia seguinte. A equipe médica que o socorreu precisou ressuscitá-lo duas vezes a caminho do hospital em Washington. Cinco pessoas morreram na invasão do Capitólio enquanto o Senado se preparava para chancelar a vitória de Joe Biden sobre Trump nas eleições de novembro. Um rito burocrático, uma vez que o democrata já era reconhecido vencedor das eleições presidenciais de 2020.

O primeiro grande trabalho de Sicknick como integrante do Departamento de Polícia do Capitólio foi a posse do então presidente eleito dos EUA, Barack Obama, em 2009. Ele acabara de assumir o posto, ainda no fim de 2008, realizando um sonho, segundo disse o pai, Charles Sicknick, à agência de notícias Reuters.

Mais novo de três irmãos e nascido em Nova Jersey, o agente era apoiador do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, contou Charles. Ainda que os pais evitassem tratar de assuntos políticos com o filho, a família falou que o posicionamento do agente nunca interferiu no seu dever de proteger e servir.

“Ele se dava bem com todos porque era um cavalheiro”, disse Charles. Antes de se juntar à polícia do Capitólio, Sicknick fez parte da Força Aérea americana e serviu na Arábia Saudita e no Quirguistão.

Os investigadores concluíram que Sicknick não morreu devido a um trauma, noticiou o Washington Post nesta segunda. Trump foi acusado pela Câmara dos Deputados, de maioria democrata, de incitar seus apoiadores a atacar o Capitólio, mas foi absolvido pelo Senado, onde era necessário dois terços dos votos da Casa para aprovar o impeachment do ex-presidente.

Cinco pessoas morreram na invasão do Congresso dos EUA por apoiadores de Trump. Além do policial, uma manifestante foi morta dentro do prédio do Congresso depois de ser baleada por um agente da Polícia do Capitólio e outros três óbitos (dois homens e uma mulher) foram registrados nos arredores do Congresso. Segundo a polícia, essas mortes decorreram de “emergências médicas”.

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