O Departamento de Segurança Doméstica dos Estados Unidos determinou, no sábado (13), que uma agência normalmente encarregada de responder a enchentes e furacões ajude a cuidar de um número crescente de crianças imigrantes que chegam à fronteira dos EUA com o México.
O Secretário de Segurança Doméstica, Alejandro Mayorkas, afirmou, em comunicado, que a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês) foi convocada para “ajudar a receber, abrigar e transportar as crianças” nos próximos 90 dias.
A explosão no número de migrantes está se tornando uma crise humanitária e política para o governo de Joe Biden, que assumiu a Presidência em 20 de janeiro. O aumento na chegada de migrantes ocorre após o democrata reverter algumas das medidas restritivas do ex-presidente Donald Trump.
Menores desacompanhados detidos na fronteira são levados pelos agentes da imigração para abrigos do Departamento de Saúde. Mas a explosão no número de crianças chegando sem os pais levou ao esgotamento da capacidade dos alojamentos, que havia sido reduzida em 40% devido à pandemia.
A restrição na capacidade foi revertida em 5 de março, mas apenas 200 leitos ficaram disponíveis na semana passada. Não foi especificado como a Fema irá atuar, mas sabe-se que a agência tem expertise em acolher de populações desabrigadas. O comunicado do Departamento de Segurança Doméstica afirma que a agência “buscaria maneiras para ampliar rapidamente a capacidade física dos abrigos”.
A agência também está atuando com o Departamento de Saúde para “fornecer alimentos, água e cuidados médicos básicos”. As crianças migrantes detidas pelas patrulhas de fronteira devem ser transferidas para abrigos em, no máximo, 72 horas. Mas, quando não há vagas, elas acabam ficando em centros de detenção na fronteira por longos períodos, e é o que está acontecendo agora.
Esses centros foram construídos para abrigar apenas homens adultos, por períodos curtos, e representam ameaça de contaminação por Covid quando estão superlotados.
Havia mais de 3.600 crianças em centros de detenção e estações de fronteira na quinta (11), quatro vezes mais que no fim de fevereiro, informou um funcionário à agência de notícias Reuters. O escritório de refugiados do Departamento de Saúde contabilizava outras 8.000 crianças em suas dependências na sexta (12). A Fema também ajudou a coordenar um programa para lidar com o aumento no número de menores desacompanhados em 2014, durante o governo Obama.
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