Descrição de chapéu Diplomacia Brasileira

Próximo embaixador dos EUA no Brasil será escolhido por indicação política

Substituto de Todd Chapman não será diplomata de carreira; cargo é considerado estratégico para relações bilaterais

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São Paulo

O novo embaixador dos EUA no Brasil será determinado pela Casa Branca, e não pelo Departamento de Estado, pasta responsável pela diplomacia americana. Assim, o próximo ocupante da embaixada em Brasília será um indicado político, que pode ser tanto um grande doador da campanha do presidente Joe Biden como alguém ligado ao Partido Democrata, e não um diplomata de carreira.

O novo embaixador ou embaixadora substituirá Todd Chapman, que anunciou sua aposentadoria via Twitter nesta quinta (10). O cargo é considerado estratégico para melhorar a relação entre os dois países.

O embaixador americano Todd Chapman durante encontro com o presidente Jair Bolsonaro em Brasília
O embaixador americano, Todd Chapman, durante encontro com o presidente Jair Bolsonaro em Brasília - Alan Santos - 6.abr.20/Presidência da República/Divulgação

Chapman estava em situação delicada porque era visto como um nome alinhado ao ex-presidente Donald Trump. Em agosto, chegou a ser questionado pelo deputado democrata Eliot Engel, então presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, se estaria fazendo campanha aberta por Trump.

Segundo reportagem do jornal O Globo, o embaixador teria pedido a autoridades brasileiras a redução de tarifas de importação do etanol americano sob a justificativa de que a medida ajudaria a reeleger Trump.

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Dentro da embaixada, Chapman era alvo de críticas por se reunir frequentemente com membros do clã Bolsonaro sem máscara. As relações entre os governos Biden e Bolsonaro ainda estão estremecidas. Em sua primeira visita à América Latina, Juan González, responsável pelo hemisfério ocidental no Conselho de Segurança Nacional, não passou pelo Brasil —visitou Colômbia, Argentina e Uruguai.

Em fevereiro, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, o democrata Robert Menendez, enviou uma carta a Bolsonaro cobrando que ele e o então chanceler Ernesto Araújo “condenassem” e “rejeitassem categoricamente” os ataques de apoiadores de Trump ao Capitólio em 6 de janeiro. O senador afirmou que, caso isso não acontecesse, haveria “prejuízo para a relação bilateral”.

A carta criticava os comentários de Bolsonaro e do chanceler sobre suposta fraude na eleição americana, dizendo que tal postura demonstra “apoio de seu governo a teorias da conspiração furadas e a terroristas domésticos” que atacaram o Capitólio e ameaçam “minar a parceria entre os Estados Unidos e o Brasil”.

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