Assessora do governador de Nova York renuncia ao cargo em meio a escândalo de assédio sexual

Investigação apontou que ela teria participado dos esforços para encobrir ações de Andrew Cuomo

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Nova York | Reuters

Uma das principais assessoras do governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, renunciou neste domingo (8) após uma investigação de cinco meses concluir que o democrata assediou sexualmente 11 mulheres e violou leis estaduais e federais.

Relatório da procuradoria-geral do estado apontou que Melissa DeRosa, secretária do governador, participou dos esforços para encobrir as ações de Cuomo e retaliar uma de suas acusadoras.

O nome da assessora foi mencionado 187 vezes no relatório de 168 páginas divulgado no dia 3 de agosto.

"Pessoalmente, os últimos dois anos foram emocional e mentalmente difíceis. Sou eternamente grata pela oportunidade de ter trabalhado com colegas tão talentosos em nome de nosso estado", disse DeRosa em um comunicado.

Andrew Cuomo, governador de Nova York, em foto de maio deste ano - Timothy A. Clary - 3.mai.21/AFP

Segundo a procuradoria-geral do estado, Cuomo apalpou, beijou e abraçou mulheres sem consentimento e fez comentários inapropriados em conversas com elas.

A procuradora Letitia James afirmou que o gabinete do governador se tornou um lugar de trabalho “tóxico”, que permitiu “que ocorressem os assédios”.

"Especificamente, a investigação descobriu que o governador Andrew Cuomo assediou sexualmente ex-funcionárias e funcionárias que ainda trabalham para o estado de Nova York ao tocá-las de forma não consentida e ao fazer numerosos comentários ofensivos”, afirmou James.

Cuomo tem resistido aos pedidos de renúncia, inclusive de outros democratas, como o presidente Joe Biden, mas corre o risco de enfrentar um processo de impeachment e a destituição do cargo por legisladores estaduais.

A comissão de justiça da Assembleia do Estado de Nova York agendou uma reunião para tratar dos procedimentos de impeachment nesta segunda-feira (9).

Uma ex-assistente que entrou com uma ação criminal contra Cuomo disse aos investigadores estaduais que o governador acariciou seu seio em uma ocasião, a acusação mais séria até agora. "O que ele fez comigo foi um crime", disse em trecho de entrevista divulgado pela rede americana CBS, que irá ao ar nesta segunda-feira. "Ele infringiu a lei."

Cuomo nega as acusações e afirma que "os fatos são muito diferentes do que foi retratado". "Quero que saibam diretamente por mim que nunca toquei ninguém de forma inapropriada nem fiz insinuações sexuais inapropriadas", disse, em um discurso televisionado. "Tenho 63 anos. Vivi toda minha vida adulta à vista do público. Isso não é o que sou. E esse não é quem fui”, afirmou.

O governador tentou explicar as situações apresentadas como sendo sua forma rotineira de mostrar afeição. Ele divulgou um vídeo com várias fotos em que aparece abraçando ou beijando homens e mulheres de diferentes idades em interações que parecem consensuais.

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