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Eleição justa no Chile é exemplo poderoso para o mundo, diz Biden a Boric

Por telefone, americano e chileno discutiram direitos humanos e justiça social, diz Casa Branca

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Washington | Reuters

As "eleições livres e justas" do Chile são um "exemplo poderoso para a região e o mundo", disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao líder esquerdista Gabriel Boric, que venceu as eleições neste mês como o mais jovem presidente democraticamente eleito do país.

Biden ligou para Boric na quinta-feira (30) para parabenizá-lo pela eleição, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. Segundo o comunicado, os dois líderes discutiram compromissos mútuos com justiça social, democracia, direitos humanos e crescimento inclusivo.

O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, em comício em Santiago - Rodrigo Garrido/Reuters

Biden destacou ainda a importância da cooperação EUA-Chile para promover uma recuperação econômica pós-pandemia baseada em princípios ecológicos e equitativos para enfrentar "a ameaça existencial representada pelas mudanças climáticas", informou a Casa Branca.

Em uma publicação no Twitter, Boric comentou o diálogo com o líder americano . "Além da alegria compartilhada por nossos respectivos triunfos eleitorais, conversamos sobre desafios comuns como comércio justo, crise climática e fortalecimento da democracia. Seguiremos conversando."

Biden também ofereceu suas condolências pela morte de uma menina chilena de 14 anos, Valentina Orellana-Peralta. A garota morreu em 23 de dezembro, nos braços da mãe, depois de ser atingida por um tiro disparado por um policial que abriu fogo contra um homem que estava atacando outro comprador em uma loja de North Hollywood, nos EUA.

Orellana-Peralta, nascida e criada em Santiago, estava no país havia seis meses com a mãe visitando uma irmã mais velha, segundo o jornal Los Angeles Times. Os pais da menina acusam os oficiais americanos de negligência e prometeram não descansar até que eles sejam responsabilizados.

O diálogo amistoso entre Biden e Boric destoou da relação com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, último dentre os principais líderes latino-americanos a felicitar o chileno.

Famoso após liderar protestos estudantis em 2011, Boric venceu a eleição contra o ultradireitista José Antonio Kast, que tinha apoio do clã Bolsonaro. Dias após a derrota do aliado, Bolsonaro disse em transmissão a apoiadores em redes sociais que havia determinado ao Itamaraty felicitar "o tal Boric".

O entorno do mandatário brasileiro, no entanto, lamentou publicamente a vitória de Boric. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) destacou o nível de abstenção nas eleições chilenas, como fez o pai na live, e estabeleceu relação com a disputa em 2022 no Brasil.

"Bater no peito dizendo que não votou em político nenhum só fará a história [no Brasil] se repetir", afirmou o filho do presidente. "Se não percebermos a estratégia da esquerda, acabaremos governados por um deles."

O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles afirmou que "o Chile caiu". Já a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, publicou um mapa da América do Sul com o símbolo comunista da foice e do martelo. A imagem foi compartilhada por apoiadores do presidente.

Em resposta, Boric reagiu e afirmou: "Claramente, somos muito diferentes". "Não farei declarações destemperadas. Creio que em políticas de Estado é preciso ser um pouco mais cuidadoso", disse.

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