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Fase mais aguda da pandemia praticamente já passou nos EUA, diz Anthony Fauci

Principal assessor médico de Biden afirma que americanos em breve tomarão 'decisões próprias' sobre como lidar com o vírus

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Kiran Stacey
Washington | Financial Times

Os Estados Unidos estão saindo da "fase mais aguda" da pandemia, segundo o principal assessor médico do presidente Joe Biden, que prevê que a combinação de vacinas, tratamentos e infecções prévias em breve tornará o coronavírus mais administrável.

Anthony Fauci disse ao jornal Financial Times que espera que todas as restrições relacionadas à crise sanitária sejam abolidas nos próximos meses, incluindo o uso obrigatório de máscaras.

O médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, em comissão do Senado
O médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, em comissão do Senado - Greg Nash - 11.jan.22/Reuters

Em seus comentários mais otimistas sobre a trajetória da Covid desde o surgimento da variante ômicron, Fauci desenhou um cenário em que os departamentos de saúde locais conduzirão a reação ao vírus, e não o governo federal.

Disse o assessor: "À medida que saímos da fase pandêmica mais aguda da Covid-19, da qual certamente estamos saindo, essas decisões serão cada vez mais tomadas em nível local, em vez de serem decididas ou ordenadas pelo governo central. Também haverá mais pessoas tomando suas próprias decisões sobre como querem lidar com o vírus".

Questionado sobre quando as restrições poderão terminar, ele afirmou esperar que seja "em breve" e concordou com a sugestão de que provavelmente será este ano. Mas alertou que os departamentos de saúde locais podem readotar medidas temporariamente, se forem detectados surtos em comunidades.

Os comentários de Fauci aumentaram o otimismo entre as autoridades de saúde do mundo em desenvolvimento de que a variante ômicron pode anunciar o fim da fase mais prejudicial da pandemia.

Fauci, que é diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, tem sido uma das vozes mais cautelosas nos EUA sobre a pandemia, e frequentemente contradisse Donald Trump quando sentiu que o então presidente estava minimizando os riscos do vírus.

Mais de 900 mil pessoas morreram nos EUA de Covid-19. Embora o número diário de óbitos permaneça próximo de níveis recordes, as novas infecções começaram a diminuir rapidamente, após quedas semelhantes em países como África do Sul e Reino Unido.

Fauci não repetiu a afirmação de alguns líderes mundiais de que o vírus está se tornando "endêmico". Mas falou sobre a possibilidade de chegar em breve a um "equilíbrio", em que o governo não precise mais prestar tanta atenção aos níveis de infecção.

"Não há maneira de erradicar esse vírus", disse. "Mas espero que estejamos observando um momento em que tenhamos um número suficiente de pessoas vacinadas e com proteção adquirida em infecções anteriores, para que as restrições da Covid em breve sejam coisa do passado."

Ele acrescentou que não acha que todos os americanos precisarão de reforços regulares de vacinas para manter o vírus sob controle. "Vai depender de quem você é. Se é alguém saudável de 30 anos, sem condições subjacentes, pode precisar de um reforço apenas a cada quatro ou cinco anos."​

​Fauci afirmou que sua agência está se planejando para a próxima pandemia, concentrando-se no monitoramento de vírus e famílias de vírus conhecidos por provocar doenças graves. Lidar com futuros surtos exigirá uma combinação de vacinas e terapias, acrescentou.

Mas ele rebateu as críticas de que as autoridades de saúde pública acreditaram demais nas vacinas para eliminar a Covid. "Desde o início do surto, estivemos testando abordagens terapêuticas", disse, indicando o desenvolvimento do remdesivir, tratamento que foi "descoberto no primeiro ou segundo mês" da pandemia. "Hoje é uma das cinco intervenções que podem manter os pacientes fora do hospital."

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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