Descrição de chapéu Guerra na Ucrânia Rússia

Rússia ameaça Finlândia e Suécia com retaliação militar caso se juntem à Otan

Porta-voz da diplomacia de Moscou fez declaração após países serem convidados para reunião do bloco

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São Paulo

Após invadir a Ucrânia, o governo russo ameaçou a Finlândia e a Suécia com "sérias consequências políticas e militares", caso decidam entrar para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Os dois países foram convidados a participar da reunião da aliança ocidental, que ocorreu nesta sexta-feira (25).

"A Finlândia e a Suécia não devem garantir sua segurança prejudicando a segurança de outros países. Se entrarem para a Otan, podem enfrentar sérias consequências militares e políticas", afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (25).

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em foto de janeiro deste ano
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em foto de janeiro deste ano - Maxim Shipenkov-14.jan.22/Reuters

Zakharova também disse que a política de não alinhamento militar da Finlândia é "fundamental para a manutenção da segurança e da estabilidade na região norte da Europa".

A declaração da porta-voz russa foi feita após o presidente Volodimir Zelenski declarar que a Suécia está fornecendo "assistência militar, técnica e humanitária" à Ucrânia. "Construindo uma coalizão anti-Putin juntos", escreveu, no Twitter.

Embora tenham sido convidadas para a reunião da Otan, nem Suécia nem Finlândia têm mostrado a intenção de se juntar à aliança comandada pelos EUA —na quinta (24), a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse que isso ocorreria apenas "caso seja necessário para garantir a segurança nacional em uma circunstância grave".

Na quinta-feira (24), após a invasão russa à Ucrânia, o presidente finlandês, Sauli Niinisto, disse ter o direito de optar por se integrar ao bloco a qualquer momento. "O espaço de manobra e a liberdade de escolha da Finlândia também incluem a possibilidade de alinhamento militar e de solicitação de adesão à Otan, se nós mesmos decidirmos", afirmou.

Já a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, foi taxativa ao afirmar que não há nenhuma intenção nesse sentido. Ao contrário, ela frisou a importância de a Suécia continuar "clara e previsível", mantendo sua política de não estabelecer alianças militares, "o que serve muito bem aos interesses suecos".

Andersson, no entanto, condenou as ações da Rússia na Ucrânia, afirmando que são claras violações do direito internacional e atentam contra a segurança da Europa.

Questionado sobre as ameaças russas aos dois países escandinavos, Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado americano, afirmou que não falaria em nome da Suécia e da Finlândia, mas ressaltou que cada país é livre para escolher suas alianças.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borell, também afirmou que todos os países são livres para decidir sobre política externa e alianças.

(Veja aqui cenas da guerra na Ucrânia)

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