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Oposição na França mira eleições legislativas após reconhecer derrota para Macron

Marine Le Pen, derrotada neste domingo, e Jean-Luc Mélenchon, terceira força no 1º turno, destacam pleito de junho

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Milão

Assim que as projeções indicaram a reeleição de Emmanuel Macron no segundo turno das eleições presidenciais na França, neste domingo (24), a candidata derrotada Marine Le Pen fez um discurso a apoiadores aceitando o resultado, mas buscando manter a base engajada e indicando que seguirá ativa.

A mobilização foi vista também no discurso do terceiro colocado na disputa do primeiro turno, Jean-Luc Mélenchon. O motivo de ambos é um só: a eleição legislativa, marcada para junho.

A candidata derrotada Marine Le Pen faz discurso em Paris após anúncio do resultado do segundo turno - Christophe Archambault - 24.abr.22/AFP

Le Pen encontrou seus apoiadores menos de 15 minutos após a divulgação dos primeiros números, em um centro de convenções na zona oeste de Paris, onde as pessoas circulavam com taças de espumante nas mãos.

"Para todos aqueles que gostariam de ver nosso partido desaparecer, gostaria de dizer que vejo uma nova forma de esperança. Os resultados que tivemos mostram que na França e na Europa os líderes terão que enfrentar um grande sentimento de desconfiança das pessoas", disse, aplaudida.

Em uma fala de menos dez minutos, prometeu continuar defendendo os interesses dos franceses na oposição, para garantir que eles tenham poder de compra e para barrar a reforma da Previdência que Macron pretende fazer, aumentando a idade mínima de aposentadoria de 62 para 65 anos.

Sem dizer o que pretende de seu futuro político, Le Pen, que é atualmente integrante da Assembleia Nacional, pediu o voto em seu partido, Reunião Nacional, nas eleições legislativas de junho. "Nós estaremos lá. Nós seremos o partido que vai defender os interesses de vocês. Nos vemos na próxima batalha." Ao fim, cantou o hino francês.

Logo em seguida, por volta das 20h20 pelo horário local (15h20 no Brasil), o candidato da ultraesquerda Mélenchon também fez um discurso chamando para o pleito parlamentar.

"O terceiro turno começa nesta noite. Em junho, podemos vencer Macron. Um outro mundo ainda é possível, se uma maioria de deputados da união popular for eleita", afirmou ele, que também é membro da atual legislatura, pelo França Insubmissa. "Me elejam como primeiro-ministro, para um novo futuro comum para nosso povo."


Quarto colocado no primeiro turno, com 7% dos votos, Eric Zemmour, candidato da ultradireita com discurso anti-imigração e pró-Rússia ainda mais radical que o da rival desse campo, lembrou que esta é a oitava vez que a derrota na eleição presidencial atinge o nome Le Pen —Marine foi derrotada em 2012, 2017 e agora; seu pai, Jean-Marie, em 1974, 1988, 1995, 2002 e 2007.

Zemmour pediu união entre os partidos de toda a direita para as eleições legislativas. "Não pode haver vitória sem uma aliança entre a direita, as classes populares e as burguesias patrióticas, a França periférica e os moradores das metrópoles que querem continuar vivendo em uma França francesa."

Projeções divulgadas logo após o fechamento das urnas, às 20h, no horário local (15h de Brasília) indicavam a vitória de Macron por margem confortável. De acordo com o instituto Ipsos, Macron teria 58,2% dos votos, à frente de Le Pen, com 41,8%. Ao final da apuração, os índices foram praticamente os mesmos: 58,5% a 41,5%.

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