Um vídeo postado nas redes sociais nesta segunda (4) e verificado pelo jornal The New York Times parece mostrar soldados ucranianos matando russos capturados perto de uma aldeia a oeste de Kiev.
"Ele ainda está vivo. Filme esses bandidos. Olhe, ele ainda está vivo. Está ofegante", diz um homem enquanto um soldado russo com uma jaqueta puxada sobre a cabeça, aparentemente ferido, é visto ainda respirando. Então um soldado atira nele duas vezes. Depois que o homem continua se movendo, o soldado atira novamente, e então ele para. O Times não publicou o vídeo porque é visualmente chocante.
Ao menos outros três soldados que parecem ser russos, incluindo um com um claro ferimento na cabeça e as mãos amarradas atrás das costas, podem ser vistos mortos perto da vítima. Todos estão vestindo uniforme camuflado e três deles têm braçadeiras brancas comumente usadas pelos homens de Moscou.
Há equipamento espalhado ao redor deles e manchas de sangue perto da cabeça de cada homem. Os soldados estão deitados na estrada a poucos metros de um veículo de combate de infantaria BMD-2, usado por unidades aerotransportadas russas. Alguns parecem ter sido despojados de suas jaquetas, sapatos ou capacetes. Mais adiante na estrada são vistos outros veículos destruídos.
O vídeo foi feito em uma estrada ao norte da aldeia de Dmitrivka, cerca de 11 quilômetros a sudoeste de Butcha, onde a descoberta de dezenas de cadáveres de pessoas em roupas civis nos últimos dias gerou acusações de que tropas russas mataram civis enquanto se retiravam.
Os assassinatos mostrados no vídeo agora analisado pelo New York Times parecem ter sido o resultado de uma emboscada ucraniana a uma coluna russa que ocorreu por volta de 30 de março, quando militares de Moscou se retiravam de pequenas cidades a oeste de Kiev, alvos de combates ferozes por semanas.
O jornalista independente Oz Katerji publicou no Twitter no último dia 2 vídeos e fotos da coluna destruída e escreveu que soldados lhe disseram que os russos haviam sido alvo de emboscada 48 horas antes.
O Ministério da Defesa da Ucrânia também postou no Twitter sobre a destruição do comboio russo, chamando-a de "trabalho preciso" das forças ucranianas. "Esses nem são humanos", diz um soldado ucraniano no vídeo, enquanto caminha entre os veículos destruídos, acrescentando que dois tenentes russos foram feitos prisioneiros. Os soldados de Kiev são identificáveis por seus emblemas de bandeira e braçadeiras azuis —eles ainda repetem "Glória à Ucrânia" diversas vezes.
Sua unidade não é clara, mas no vídeo do assassinato um dos homens se refere a alguns deles como "rapazes de Belgrávia", provavelmente se referindo a um conjunto habitacional de mesmo nome, localizado a poucas centenas de metros do incidente. Uma agência de notícias ucraniana que postou um vídeo do resultado da emboscada em 30 de março a descreveu como obra da Legião da Geórgia, unidade paramilitar de voluntários georgianos que se formou para lutar em nome da Ucrânia em 2014.
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