Descrição de chapéu Mercosul América Latina

Polícia argentina encontra foto de agressor de Cristina Kirchner com arma

Segundo imprensa argentina, investigação trabalha com hipótese de que ação foi planejada e teria grupo por trás

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São Paulo

A Justiça da Argentina encontrou no celular de Fernando Andrés Sabag Montiel, brasileiro preso por tentar atirar contra a vice-presidente Cristina Kirchner, uma série de fotos que poderiam indicar que a ação foi planejada. Os registros envolvem ainda a namorada do agressor, que foi detida no domingo (4). As informações são do jornal argentino Clarín.

De acordo com a publicação, o cartão SIM do celular de Sabag armazena fotos dele segurando uma arma semelhante à utilizada no ataque perpetrado contra Cristina na noite de quinta-feira (1º). Um dos registros teria sido feito há um ano.

Imagens divulgadas pela rede Telam mostram fotos que foram encontradas no chip do celular de Fernando Andrés Sabag Montiel mostrando ele e namorada Brenda Uliarte (à esq.) com uma arma - Telam/AFP

Em outras três fotografias, Brenda Uliarte aparece com uma pistola na cintura. As imagens foram encontradas no chip telefônico —o aparelho em si, conforme foi noticiado nesta segunda (5), teve os dados aparentemente apagados enquanto estava sob análise da polícia, o que motivou uma investigação à parte.

Depois do atentado, Uliarte havia dito que não sabia que Sabag tinha uma arma e que desconhecia pertences encontrados na casa do brasileiro —em buscas feitas já na madrugada de sexta (2), policiais encontraram no local cem balas de calibre 9 milímetros.

Ainda de acordo com o Clarín, a foto de Uliarte é de 8 de maio, o que desmentiria sua afirmação de que conhecia Sabag há apenas dois meses. Além disso, o cenário dos registros se assemelha ao último endereço de Sabag, contrastando com a informação de que a namorada se mudou para lá em agosto.

Nas imagens também é possível ver munições correspondentes às usadas no ataque. Segundo o Clarín, Sabag tinha as balas há um ano.

Também nesta terça o jornal La Nación noticiou que os investigadores encontraram registros de que Uliarte passou na porta da casa da vice-presidente, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, dias antes da ação de Sabag. Não há, porém, detalhes sobre o que ela fez na região.

A publicação ainda destaca que a polícia argentina vê indícios de que mais pessoas podem ter participado da decisão de atacar Cristina, embora não acredite que se trate de uma grande organização.

Uliarte prestaria depoimento à juíza María Eugenia Capuchetti nesta terça-feira (6) sobre o caso, dois dias depois de ter sua prisão decretada. Nesta segunda, o advogado de Sabag se recusou a fazer a defesa da namorada, alegando o risco de conflito de interesses; ela será representada por um defensor público.

Ainda no domingo, a magistrada ordenou que um homem apontado como amigo de Sabag também falasse à investigação. Identificado como Mario, ele fez declarações ao canal de televisão Telefe e afirmou que a "intenção [do brasileiro] era matá-la, mas infelizmente ele não ensaiou antes".

Capuchetti foi à sede da Polícia Federal argentina para colher o depoimento de Sabag ainda na sexta, mas ele se recusou a ser interrogado, segundo a imprensa local.

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